Fundos Imobiliários atraem capital estrangeiro e investidores

Gráfico mostrando crescimento do investimento estrangeiro em FIIs no Brasil.

Imagem meramente ilustrativa.

O mercado de fundos imobiliários (FIIs) no Brasil vive um momento de transição. Apesar do cenário de juros ainda elevados, o fluxo estrangeiro para o segmento tem se intensificado. Essa tendência é sustentada pela combinação de dividendos atrativos, contratos de longo prazo e preços descontados na B3. A expectativa de corte gradual da Selic e a valorização do dólar ampliam esse movimento. Com isso, os FIIs surgem como opção relevante de diversificação no portfólio de investidores locais e internacionais.

Atratividade dos FIIs em meio a juros e câmbio

Lucas Sharau, planejador financeiro CFP® e sócio da iHUB Investimentos, avalia que a combinação entre o cenário macroeconômico e a renda distribuída pelos FIIs reforça a atratividade desses ativos. Ele destaca que os dividendos pagos pelos fundos imobiliários funcionam como uma âncora de estabilidade, já que tendem a permanecer constantes devido aos contratos de longo prazo.

Os dividendos pagos pelos fundos imobiliários funcionam como uma âncora de estabilidade, já que tendem a permanecer constantes por conta dos contratos de longo prazo. Em ciclos de queda de juros, é natural que os preços dos fundos se valorizem para manter o equilíbrio do mercado. Esse movimento ajuda a explicar por que o segmento tem atraído cada vez mais investidores, mesmo diante da volatilidade global.

— Lucas Sharau, planejador financeiro CFP® e sócio da iHUB Investimentos

Além disso, em ciclos de queda de juros, é natural que os preços dos fundos se valorizem para manter o equilíbrio do mercado. Esse movimento ajuda a explicar por que o segmento tem atraído cada vez mais investidores, mesmo diante da volatilidade global.

Interesse estrangeiro e os riscos macroeconômicos

A atratividade dos FIIs também é reforçada pelo câmbio. Com o real depreciado, ativos brasileiros se tornam relativamente mais baratos em dólares. Isso aumenta o apetite global por esse tipo de investimento. No entanto, os riscos permanecem. A trajetória da dívida pública e a credibilidade do arcabouço fiscal são fatores que podem frear esse movimento. Choques externos, como oscilações do petróleo ou uma política monetária mais dura do Federal Reserve, também representam ameaças.

Sharau ressalta que há espaço para entrada de novos players globais em busca de renda recorrente e ganho patrimonial. Contudo, ele frisa que é fundamental observar a solidez das contas públicas, pois, sem isso, os prêmios de risco podem permanecer elevados e limitar a valorização dos fundos imobiliários.

Há espaço para entrada de novos players globais em busca de renda recorrente e ganho patrimonial. Mas é fundamental observar a solidez das contas públicas. Sem isso, os prêmios de risco podem permanecer elevados e limitar a valorização dos fundos imobiliários.

— Lucas Sharau, planejador financeiro CFP® e sócio da iHUB Investimentos

Segmentos de destaque para investir em FIIs

Entre os setores, os fundos logísticos seguem resilientes, amparados pela expansão do e-commerce e baixa taxa de vacância. Já os shoppings devem se beneficiar da retomada do consumo interno. Os escritórios enfrentam desafios estruturais relacionados ao home office, mas já apresentam sinais de estabilização em regiões de maior demanda. Fundos de papel, por sua vez, continuam relevantes, ainda que seus dividendos tendam a se ajustar com a queda dos juros.

De acordo com Sharau, os FIIs hoje oferecem uma combinação rara, com dividend yield competitivos, preços atrativos em termos históricos e baixa correlação com outros ativos de bolsa. Para o investidor que busca renda estável e diversificação, este é um dos pontos de entrada mais interessantes dos últimos anos.

Os FIIs hoje oferecem uma combinação rara, com dividend yield competitivos, preços atrativos em termos históricos e baixa correlação com outros ativos de bolsa. Para o investidor que busca renda estável e diversificação, este é um dos pontos de entrada mais interessantes dos últimos anos.

— Lucas Sharau, planejador financeiro CFP® e sócio da iHUB Investimentos

Comparativo com ações de incorporadoras

O especialista ainda destaca a comparação entre fundos imobiliários e ações de incorporadoras, como Cyrela e MRV. Ele explica que, enquanto empresas do setor estão mais expostas ao ciclo de crédito e aos riscos de execução dos projetos, os FIIs distribuem renda recorrente proveniente de ativos já maduros. Essa característica confere menor volatilidade e mais previsibilidade ao pagamento de dividendos, algo que se torna ainda mais valorizado em um cenário de incertezas macroeconômicas.

Enquanto empresas do setor estão mais expostas ao ciclo de crédito e aos riscos de execução dos projetos, os FIIs distribuem renda recorrente proveniente de ativos já maduros. Essa característica confere menor volatilidade e mais previsibilidade ao pagamento de dividendos, algo que se torna ainda mais valorizado em um cenário de incertezas macroeconômicas.

— Lucas Sharau, planejador financeiro CFP® e sócio da iHUB Investimentos


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