Mina de terras raras nos EUA desafia domínio chinês

Mina de terras raras em Wyoming, EUA

Imagem meramente ilustrativa.

A descoberta de uma jazida de terras raras avaliada em US$ 37 bilhões em Wyoming, nos Estados Unidos, reacendeu o debate sobre um mercado estratégico para a economia global. Localizada em uma antiga mina de carvão, a reserva tem potencial para desafiar a hegemonia chinesa no setor, que hoje é responsável por cerca de 70% da produção mundial e 90% da capacidade de refino desses minerais.

Potencial da Mina de Terras Raras

A reserva de minerais de terras raras existente na Mina em Wyoming pode chegar a 1,2 milhão de toneladas métricas. Para se ter uma ideia, segundo o USGS (United States Geological Survey), o consumo doméstico anual desses materiais é de aproximadamente 8.300 toneladas métricas.

Neodímio: Elemento Central

Entre os 17 elementos conhecidos como terras raras, o neodímio ocupa posição central. É dele que se produzem os ímãs permanentes de alta performance, usados em motores de veículos elétricos, turbinas eólicas, smartphones e equipamentos de defesa. Atualmente, a China domina mais de 85% da produção mundial desses ímãs (NdFeB), e qualquer restrição de exportação ou mudança de política industrial no país reverbera em escala global.

Recentemente, a mineradora americana MP Materials interrompeu embarques para a China, provocando uma valorização de 40% no preço do óxido de neodímio/praseodímio (NdPr), que saltou de US$ 63 para US$ 88 por quilo em apenas duas semanas — a maior alta em dois anos. Para analistas, a nova mina americana pode trazer algum equilíbrio, mas seus efeitos serão graduais e não substituem o protagonismo chinês no curto prazo.

Impacto no Brasil e a Dependência Externa

No Brasil, a dependência é ainda mais sensível. Embora o país possua cerca de 21 milhões de toneladas de óxidos de terras raras em reservas, a exploração ainda é incipiente, e praticamente toda a indústria — de eletroeletrônicos à automobilística — depende de importações.

O Brasil está vulnerável. Sem neodímio, não temos motores potentes para carros elétricos ou turbinas capazes de gerar energia limpa. Enquanto não houver políticas que estimulem o refino e o processamento aqui, continuaremos expostos a flutuações internacionais.

— Rodolfo Midea, CEO da Fácil Negócio Importação

A Corrida por Autonomia e Soberania Tecnológica

Para Midea, a corrida por autonomia é também uma corrida por soberania tecnológica.

Essa descoberta nos EUA não elimina o peso da China, mas cria alternativas estratégicas. O Brasil precisa acompanhar de perto esse movimento, sob risco de perder competitividade em setores essenciais para o futuro.

— Rodolfo Midea, CEO da Fácil Negócio Importação


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