IA no RH: Estratégia e o Futuro do Trabalho

Com a crescente adoção de IA no ambiente de trabalho, o debate sobre o papel do RH ganha novos contornos. A área precisa evoluir de usuária de IA para protagonista na integração de pessoas e tecnologia. Giovanna Gregori Pinto, executiva de RH e fundadora da People Leap, explora essa transformação no artigo "RH estratégico: de usuário de AI a maestro do ecossistema de trabalho".

A Orquestração do Ecossistema de Trabalho

Ao longo de sua trajetória, Giovanna Gregori Pinto percebeu que o papel do RH vai além de contratar e engajar talentos. A função essencial é orquestrar pessoas, times, culturas, processos, expectativas e tecnologias.

O RH é o departamento responsável por primeiro entender a inteligência artificial e só depois aplicá-la como uma ferramenta de uso diário na empresa, pois ela não substitui a melodia humana, apenas amplia a potência da orquestra.

— Giovanna Gregori Pinto, executiva de RH e fundadora da People Leap

No entanto, Pinto explica que é comum a IA ser incorporada sem uma estratégia sistêmica de uso. O RH deve assumir as rédeas e reger o ecossistema de trabalho como um todo. Isso significa analisar o cenário disponível, compreender as necessidades e desenhar como cada recurso contribuirá para os resultados.

A partir dessa análise, fica mais claro que pessoas são insubstituíveis na construção de cultura e em papéis críticos de longo prazo. Além disso, terceiros e temporários são fundamentais para picos de demanda e projetos específicos. Paralelamente, parceiros e comunidades trazem inovação, enquanto a IA amplia a escala e conecta dados de forma integrada.

A Experiência em Empresas de Crescimento Acelerado

Quando liderou a expansão do time de tecnologia do iFood, que cresceu de 150 para mil pessoas em quatro anos, Pinto aprendeu que nenhum resultado é possível sem pensar sistemicamente. Da mesma forma, na AB InBev (Ambev), quando triplicaram o time e aumentaram o engajamento, ficou evidente que o RH estratégico enxerga além das fronteiras do contrato de trabalho.

Nesse sentido, o RH compreende que cada peça, seja humana, parceira ou máquina, tem um papel na criação de valor. A adoção de IA deve crescer 327% nos próximos dois anos, com ganhos de produtividade estimados em 30%, segundo a Salesforce. A familiaridade com ferramentas de IA é quase universal: 94% dos funcionários e 99% dos C-levels relatam algum nível de conhecimento sobre IA generativa, de acordo com estudo da McKinsey & Company.

O Futuro do RH e a Inteligência Artificial

O futuro do RH não está em simplesmente usar IA. Isso já é uma obrigação. O futuro está em ser maestro desse ecossistema vivo e dinâmico, em que pessoas, parceiros e tecnologia tocam juntos, em harmonia, uma sinfonia voltada a resultados, inovação e, acima de tudo, impacto humano.

Por fim, Giovanna Pinto conclui que, se o RH se limitar a ser apenas usuário de IA, será mais um espectador da mudança. Mas, ao assumir o papel de maestro, será protagonista da transformação.

Sobre a People Leap

A People Leap é uma startup focada em descomplicar os processos de RH em startups de tecnologia em crescimento com potencial de escala. Atua como parceira estratégica de fundadores de startups e times de RH oferecendo uma abordagem prática e adaptada à realidade das startups, evitando burocracias e soluções engessadas que não funcionam para empresas em constante transformação.

Sobre Giovanna Gregori Pinto

Graduada em psicologia pela PUC-Campinas, com MBA em gerenciamento de projetos pela FGV, Giovanna Gregori Pinto é fundadora da People Leap e referência em estruturar áreas de RH em startups de tecnologia em crescimento. Com duas décadas de experiência em empresas de cultura acelerada, construiu uma trajetória sólida em gigantes como iFood e AB InBev (Ambev). No iFood, como Head de People, liderou a expansão do time de tecnologia de 150 para 1.000 pessoas em menos de quatro anos, acompanhando o salto de 10 mil para 50 milhões de pedidos mensais. Já na AB InBev, como diretora de RH, triplicou o time antes do prazo, elevou o NPS de People em 670%, aumentou o engajamento em 21% e reduziu o turnover de tecnologia ao menor nível da história da companhia.