O Cine Curta POA encerrou sua primeira edição no domingo (28/09), com uma cerimônia no auditório da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), em Porto Alegre. Após quatro dias de mostras competitivas, oficinas gratuitas, debates e exibições especiais, o festival revelou os vencedores.
Profissionais do setor audiovisual, estudantes, produtores, diretores e a comunidade em geral acompanharam o anúncio dos premiados. O produtor cultural Felipe Gomes, idealizador do Cine Curta POA, destacou que a diversidade e a inovação guiaram a primeira edição.
Nosso objetivo sempre foi democratizar o acesso à cultura, valorizar a diversidade e formar novos talentos. O público respondeu com entusiasmo, mostrando que Porto Alegre precisava de um festival que abraçasse tanto a cena local quanto as produções nacionais.
— Felipe Gomes, produtor cultural
A diretora-executiva do Cine Curta POA, Roberta Stefani, também ressaltou a relevância do evento para a cidade.
Vivemos dias intensos e transformadores. Reunimos artistas, estudantes e a comunidade em torno do cinema brasileiro, promovendo não apenas entretenimento, mas também reflexão e oportunidade de formação. Essa energia mostrou que o Cine Curta POA veio para ficar.
— Roberta Stefani, diretora-executiva do Cine Curta POA
Os destaques da premiação do Cine Curta POA
A diretora Jo Nobre, do filme “Como se Faz um Homem”, emocionou-se ao agradecer a equipe e os apoiadores durante a premiação. Para ela, o curta é resultado de um esforço coletivo que só foi possível graças à generosidade de muitas pessoas.
Este trabalho só aconteceu porque foi construído em conjunto. Fazer este curta foi uma experiência extraordinária. Quero dedicar este momento a todos que acreditaram no projeto. Tivemos um grande desafio com o cenário: precisávamos de um salão especial e não havia nada parecido disponível. Quem assiste ao filme não imagina que aquele espaço simples se tornou um grande salão, com um enorme closet. Este filme é fruto de amizade, confiança e muita dedicação.
— Jo Nobre, diretora
Fernanda Etzberger, produtora e distribuidora de filmes, também foi uma das mais premiadas da noite. Segundo ela, o projeto levou dez anos para ser concluído, sendo um verdadeiro desafio de persistência e paixão. Além disso, fez questão de agradecer a todos que tornaram possível a realização do filme.
A atriz Amanda Zorzo contou que a participação no projeto foi um marco pessoal e profissional, representando um desafio diferente de sua trajetória no teatro.
Fazer esse trabalho foi uma experiência totalmente nova para mim. Foi a primeira vez que saí dos palcos e fui para o cinema. Criei meu personagem com muito cuidado e percebi que precisava me expressar, sobretudo, pelas expressões faciais e corporais, mais do que pelas falas. Foi um aprendizado intenso, que me trouxe outra forma de entender a interpretação.
— Amanda Zorzo, atriz
Rafael Avancini, também premiado, falou da emoção de exibir sua obra no Cine Curta POA e ressaltou a importância da conexão entre diferentes polos do cinema brasileiro. Ele destacou que o festival proporcionou uma oportunidade valiosa de troca entre o cinema feito em São Paulo e o cinema gaúcho.
Este filme foi rodado em vários lugares de Porto Alegre, mas também nasceu de experiências em São Paulo. O festival trouxe a oportunidade de compartilhar essa obra aqui e foi muito especial. Estou muito feliz por dividir esse trabalho com o público gaúcho. Essa troca entre o cinema feito em São Paulo e o cinema gaúcho é algo muito valioso, e poder vivê-la no festival foi realmente gratificante.
— Rafael Avancini, cineasta
Leila Marisol da Silva Rommel, conhecida como Sol, destacou o caráter diverso de sua obra e expressou sua gratidão pelo empenho e pela entrega de cada membro da equipe.
Outra obra premiada foi o filme “Mato ou Morro”, com direção de Caco Souza e roteiro de Enrico Peccin. Enrico fez questão de valorizar e reconhecer o trabalho da equipe em cada etapa da jornada.
Prêmio Especial “Hors Concours”
Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a entrega do Prêmio Especial “Hors Concours” a dois filmes: Paulo e Eliana e Esta Noite Seremos Felizes. Diego dos Anjos dedicou a conquista à equipe e ao elenco.
Quero dedicar este prêmio especial a toda a equipe e ao elenco. Esta obra é o que é graças à junção da sensibilidade e do talento de artistas e pessoas maravilhosas que se uniram neste projeto. Sou profundamente grato por cada um estar presente e fazer parte dessa conquista.
— Diego dos Anjos, cineasta
Mostra Nacional: Premiações do Cine Curta POA
A Mostra Nacional premiou filmes de curtas e longas-metragens em diversas categorias. Confira a lista de premiações:
- Melhor Filme
- Curta-metragem: Vipuxovuco – Aldeia
- Curta Documentário: Roma – Guaporé
- Longa-metragem: Mato ou Morro
- Longa Documentário: Anhangabaú
- Melhor Direção
- Curta-metragem: Guilherme Carravetta De Carl – A Sinaleira Amarela
- Longa-metragem: Caco Souza – Mato ou Morro
- Melhor Atriz
- Curta-metragem: Camila Susin – Sombras do Desejo
- Longa-metragem: Mel Lisboa – Atena
- Melhor Ator
- Curta-metragem: João Carlos Castanha – A Sinaleira Amarela
- Longa-metragem: Rafael Logam e Sasha Bali – Mato ou Morro
- Melhor Atriz Coadjuvante
- Curta-metragem: Gabriela Greco – A Sinaleira Amarela
- Melhor Ator Coadjuvante
- Curta-metragem: Mickael Kornblum – Goteira
- Longa-metragem: Lui Mendes – Atena
- Melhor Fotografia
- Curta-metragem: Ferrolho
- Longa-metragem: Juliano Dutra – Mato ou Morro
- Melhor Arte
- Curta-metragem: Isabela Benites – A Jornada de Piatã
- Longa-metragem: Marcos Reis – Atena
- Melhor Trilha Sonora
- Curta-metragem: Marcelo Corseti – Ferrolho
- Longa-metragem: João Avino – Mato ou Morro
- Melhor Montagem
- Curta-metragem: Ferrolho
- Longa-metragem: Amor e Morte em Julio Reny
- Melhor Roteiro
- Curta-metragem: Camila Susin – Sombras do Desejo
- Longa-metragem: Enrico Pecin – Mato ou Morro
O Troféu Ubuntu Cine Curta POA – Júri Popular premiou “Mato ou Morro” como Melhor Filme (Tema Diversidade) e Ana Carolina Marinho como Melhor Direção por “Eu também não Gozei”. Rafael Logam recebeu o prêmio de Melhor Ator por “Mato ou Morro”.
Mostra Experimental e Mostra RS
A Mostra Experimental, voltada a produções universitárias, premiou filmes de até 5 minutos. A Mostra RS, composta por 18 filmes, divididos em ficção, documentário, animação e experimental, também teve seus destaques.
Troféu “Pôr do Sol do Guaíba”
- Melhor Filme Ficção: Hoje é Teu
- Melhor Filme Documentário: Amor e Morte em Julio Reny
- Melhor Filme Animação: Posso Contar nos Dedos
- Melhor Filme Experimental: Agarra
Troféu “Diversidade Gaúcha”
- Melhor Filme (Diversidade): O Jogo
- Melhor Direção Negra: Alexandre Mattos Meirelles – O Jogo
- Melhor Direção LGBTQIA+: Jo Nobre – Como se Faz um Homem
- Melhor Direção Cis/Transgênero: Jo Nobre – Como se Faz um Homem
Sobre o Cine Curta POA
O Festival Cine Curta POA valoriza a produção audiovisual nacional por meio de mostras competitivas, debates, oficinas e sessões especiais. A premiação dos melhores filmes é feita por júri e público, com troféus e incentivos à produção independente. O idealizador e coordenador geral do festival é o cineasta Luis Felipe Gomes Oliveira.
A 1ª edição conta com realização da Striker Produtora, patrocínio do Double Tree by Hilton Porto Alegre e apoio de diversas instituições. O financiamento é do Instituto Estadual de Cinema do RS (Iecine), Pró-Cultura, Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, Lei Paulo Gustavo e Ministério da Cultura – Governo Federal do Brasil, União e Reconstrução.
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