Cine Curta POA: 1ª edição impulsiona cultura e economia local

Público assiste à exibição de filme no Cine Curta POA

Imagem meramente ilustrativa.

A primeira edição do Cine Curta POA encerrou no último domingo (28/09), consolidando o audiovisual como espaço de reflexão e encontro de diversas realidades. O festival promoveu mostras competitivas com temáticas indígenas, sociais e identitárias, reafirmando seu compromisso de dar visibilidade a múltiplas vozes. Além disso, impulsionou a economia criativa, gerando renda, atraindo público de outras cidades e incentivando novos talentos.

Narrativas plurais ganham destaque

Entre as obras exibidas, destacaram-se “Vozes do Território – Terra Indígena Piaçaguera”, “O Despertar de Aiyra” e “Mutirão Payayá”, que retrataram a luta e a força das comunidades originárias. Filmes como “Lixo se Transforma” e “Como se Faz um Homem” trouxeram reflexões sobre questões sociais, enquanto títulos como “Eu Também Não Gozei” abriram debates identitários.

A diretora e mulher trans de “Como se Faz um Homem”, Jo Nobre, enfatizou o impacto da representatividade em sua produção.

Quem sustenta a narrativa são as drags com suas cores, e queríamos dar destaque a esse cenário extraordinário. Desde o início, minha ideia era brincar com o preconceito, provocar riso e reflexão sobre até que ponto existe esse ‘outro mundo’ de que falam da cultura LGBT.

— Jo Nobre, diretora

O público e suas impressões sobre o festival

O festival também proporcionou um espaço de intercâmbio cultural. A turista paraibana, Tereza Queiroz, destacou a importância de ver indígenas narrando suas próprias vivências.

É fundamental termos acesso a essas histórias, mostrando a complexidade da luta, as tentativas de interferência em seu modo de vida e a questão da violência. Considero a exibição desses conteúdos extremamente importante. Que bom que pude assistir!

— Tereza Queiroz, turista

Júlio Mota, cinéfilo, viajou de Caxias do Sul para Porto Alegre especialmente para acompanhar a programação.

Eu amo cinema e acompanho bastante. Tomei conhecimento do festival pelas redes sociais e estar aqui é uma experiência muito legal.

— Júlio Mota, cinéfilo

Para Felipe Gomes, idealizador do evento, o Cine Curta POA desempenha um papel fundamental.

Nossa intenção é que o público veja no festival um espaço de encontro com realidades diversas, reconhecendo no cinema brasileiro uma ferramenta de diálogo e transformação social.

— Felipe Gomes, produtor cultural

Cultura que impulsiona a economia local

Além do impacto artístico, o Cine Curta POA reforça a importância do audiovisual como setor econômico. A presença de parceiros comerciais, visitantes de outras cidades e a busca por patrocínio impulsionam uma cadeia de empregos e investimentos.

Debate sobre o cinema gaúcho

O painel “Dificuldades e Progressos no Cinema Gaúcho” reuniu Fernanda Etzberger, produtora cultural, Luiz Alberto Cassol, cineasta, e Flávio Barboza, roteirista, para discutir os rumos do setor.

O cinema precisa ser visto como parte da indústria e do comércio. Empresas devem entender como ele promove emprego e renda. O próprio festival já faz parte desse ecossistema, movimentando trabalho e estabelecendo parcerias.

— Luiz Alberto Cassol, cineasta

Fernanda Etzberger, produtora cultural, também reforçou os desafios.

Precisamos de políticas públicas mais consistentes e apoio da iniciativa privada. Muitos de nós tiramos recursos do próprio bolso, e isso limita o alcance das produções.

— Fernanda Etzberger, produtora cultural

Flávio Barboza, roteirista, lembrou a importância de pensar na sustentabilidade do setor.

As ferramentas para produzir existem, mas ainda faltam caminhos de distribuição e comercialização para garantir que os cineastas possam seguir criando.

— Flávio Barboza, roteirista

Encerramento e o futuro do festival

Com debates intensos, filmes premiados e a presença de um público engajado, o Cine Curta POA demonstrou que o audiovisual transcende a tela, impactando a sociedade e fortalecendo a economia criativa.

Mais informações sobre o festival podem ser encontradas em www.cinecurtapoa.com.br.

Redação: Juliana Neves e Marcelo Matusiak

Sobre o Cine Curta POA

O Festival Cine Curta POA estreou em 2023, reunindo cineastas, produtores, atores e amantes do cinema em Porto Alegre (RS). Com uma programação diversificada, o evento valoriza a produção audiovisual nacional por meio de mostras competitivas, debates, oficinas e sessões especiais. A premiação dos melhores filmes é feita por júri e público, com troféus e incentivos à produção independente. Voltado também à formação de novos talentos, o festival busca consolidar Porto Alegre como polo cultural e estimular a circulação de narrativas diversas do cinema brasileiro. O idealizador e coordenador geral do festival é o cineasta Luis Felipe Gomes Oliveira.

A 1ª edição conta com realização da Striker Produtora, patrocínio do Double Tree by Hilton Porto Alegre, apoio da Associação dos Amigos da Casa de Cultura Mario Quintana, Casa de Cultura Mario Quintana, Ritter Hotéis, Up Food Art e Dirty Old Man. O financiamento é do Instituto Estadual de Cinema do RS (Iecine), Pró-Cultura, Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, Lei Paulo Gustavo e Ministério da Cultura – Governo Federal do Brasil, União e Reconstrução.


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