A segurança pública representa um desafio constante nas grandes cidades, e São Paulo não é exceção. O avanço das tecnologias de monitoramento e inteligência oferece uma oportunidade para transformar a forma como o poder público e a iniciativa privada lidam com a criminalidade urbana. Um exemplo disso é o programa Muralha Paulista, da Secretaria da Segurança Pública do Estado, que busca promover essa integração.
O que é o Muralha Paulista?
O Muralha Paulista visa controlar a mobilidade criminal e aumentar a eficácia das ações policiais através de tecnologias como leitura automática de placas de veículos, reconhecimento facial e monitoramento em tempo real. A rede já conta com milhares de câmeras conectadas a um banco de dados de diversos órgãos públicos, permitindo respostas mais rápidas e precisas das forças policiais.
A Sekron Digital foi uma das primeiras empresas privadas a aderir ao programa. Desde o primeiro semestre de 2025, conectou centenas de câmeras de clientes estratégicos em pontos de grande circulação. O resultado tem sido maior agilidade no atendimento de ocorrências e o fortalecimento da prevenção em regiões críticas. A expectativa é alcançar 5 mil câmeras integradas em pelo menos 2 mil endereços nos 203 municípios onde atuam até o final deste ano, chegando a 15 mil câmeras até 2026.
O papel estratégico do varejo
O varejo desempenha um papel estratégico no combate à criminalidade urbana. Supermercados, shoppings, farmácias, lojas de rua e centros comerciais concentram diariamente milhões de consumidores e movimentam a economia em grande escala. Esses ambientes estão naturalmente expostos a riscos de furtos, assaltos e outras ocorrências que afetam a sensação de segurança da população.
Ao integrar seus sistemas de monitoramento ao Muralha Paulista, o varejo não apenas protege seus ativos e clientes, mas também contribui para a inteligência policial. Uma câmera na entrada de um supermercado, por exemplo, pode fornecer dados cruciais para identificar um veículo roubado em fuga. Uma câmera em um shopping pode ajudar na identificação de suspeitos procurados pela Justiça. Isso transforma cada ponto de venda em um nó estratégico de uma rede coletiva de proteção urbana.
É importante ressaltar que tudo é feito em conformidade com a LGPD. As imagens são utilizadas exclusivamente para fins de segurança pública, acessadas apenas por autoridades competentes e sem armazenamento em nuvem. Dessa forma, é possível unir eficiência operacional, respeito à privacidade e interesse coletivo.
Benefícios da integração para o varejo
Essa integração não gera custos adicionais ao poder público nem ao varejista. Pelo contrário, aproveita-se a infraestrutura já existente no setor privado, multiplicando o alcance das forças policiais e permitindo que o Estado concentre recursos em áreas de maior vulnerabilidade. Para o comerciante, há um triplo benefício: proteção do negócio, demonstração de responsabilidade social e contribuição para a valorização do entorno, fortalecendo a confiança dos consumidores.
A experiência recente mostra que a união entre poder público, tecnologia e varejo traz ganhos para toda a cidade. A integração das câmeras privadas ao Muralha Paulista é mais do que uma medida de segurança: é um modelo de colaboração inteligente, que transforma os centros urbanos em espaços mais protegidos e preparados para enfrentar os desafios da criminalidade contemporânea.
Estamos diante de uma oportunidade de construir uma rede de proteção coletiva, em que cada câmera, endereço e comerciante se tornam protagonistas de uma São Paulo mais segura e inovadora. O futuro da segurança urbana passa pela união entre Estado, empresas e sociedade civil – e o varejo tem um papel fundamental nessa transformação.
O futuro da segurança urbana passa, inevitavelmente, pela união entre Estado, empresas e sociedade civil – e o varejo tem tudo para ser um dos pilares dessa transformação.
— Rafael Bernardini, CEO da Sekron Digital







