Dia das Crianças: Preços de doces e videogames em alta

O Dia das Crianças é uma das datas mais esperadas no Brasil, e também um período de atenção para o orçamento familiar. Um levantamento da Rico analisou a variação de preços de itens típicos da comemoração e constatou que a cesta de presentes e guloseimas subiu 2,46% nos últimos 12 meses e 4,01% em 2025 (até agosto), um ritmo levemente acima do IPCA no período.

Impacto da inflação nos presentes do Dia das Crianças

Maria Giulia Figueiredo, analista de research da Rico, explica que a cesta apresenta certa estabilidade em comparação com itens isolados. “Mesmo com essa aceleração recente, a cesta apresenta certa estabilidade se comparada aos itens isolados, mostrando que o impacto da inflação depende muito do tipo de produto”, afirma.

Os itens que mais pesaram no bolso das famílias foram:

• Chocolate em barra e bombom: +23,4% em 12 meses, +74,8% desde 2020.
• Videogames (consoles): +6,75% em 12 meses, +27,65% desde 2020.
• Livros didáticos: +5,7% em 12 meses, refletindo aumento do papel e reajustes do setor educacional.

Em contrapartida, alguns produtos ajudaram a aliviar o custo da cesta:

• Brinquedos tradicionais: +1,51% em 12 meses, abaixo do IPCA.
• Roupas infantis: +2,97% em 12 meses, leve alta em 2025 (+1,14%), acumulando +28,89% desde 2020, abaixo do índice geral (37,66%).

Visão consolidada da cesta de presentes

No acumulado desde 2020, a cesta de itens do Dia das Crianças subiu 39,09%, levemente acima do IPCA (37,66%). Os doces foram os que mais pressionaram o orçamento, enquanto brinquedos e roupas tiveram evolução mais moderada. Este recorte mostra como os efeitos da inflação variam entre os setores, refletindo desde commodities agrícolas e câmbio até estratégias do varejo.

Dicas para economizar no Dia das Crianças

Para equilibrar a celebração com educação financeira, Thaisa Durso, educadora financeira da Rico, recomenda foco na criatividade e no aprendizado. Além disso, ela oferece algumas sugestões práticas.

Educação financeira não precisa ser um tema pesado. É possível ensinar os filhos de forma leve e divertida, inclusive na escolha dos presentes. O mais importante é mostrar que consumo consciente também pode ser prazeroso.

— Thaisa Durso, educadora financeira da Rico

Sugestões de presentes educativos e econômicos

• Livros e revistas sobre educação financeira: Um bom livro é sempre um presente enriquecedor, e existem muitas opções voltadas para o público infantil que tratam de dinheiro de forma lúdica. Além de estimular a imaginação, os livros ajudam a criança a entender, desde cedo, conceitos importantes sobre como lidar com o dinheiro.
• Jogos de tabuleiro sobre dinheiro: Jogos como o Banco Imobiliário são ótimos para ensinar a importância de planejar, investir e poupar. Eles criam um ambiente descontraído, em que as crianças absorvem conceitos importantes sem nem perceber.
• Mesada educativa: Dar uma quantia fixa regularmente, com orientação sobre poupar e gastar, ajuda a criança a aprender na prática o valor do planejamento. Comece com valores adequados à idade e estabeleça metas financeiras para celebrar conquistas.
• Cofrinho ou conta digital: Nos primeiros anos, o cofrinho — especialmente se for transparente — é uma ótima forma de ensinar o hábito de poupar. Mais tarde, uma conta digital voltada para jovens pode ajudar a acompanhar e até investir pequenas quantias com supervisão dos pais.
• Investimentos para o futuro: Esse presente pode trazer frutos duradouros. Além de ensinar sobre poupança e investimento, mostra o poder do tempo e dos juros compostos.

Por exemplo, se os pais tivessem investido R$ 100 por mês desde 2009 no Tesouro Selic, hoje teriam acumulado R$ 46.997,33, suficiente para bancar uma viagem à Disney em família.

Outra simulação mostra que, para atingir esse valor até 2040 (15 anos), bastaria investir R$ 110,60 por mês em Tesouro IPCA+ 2040. O ganho real projetado seria de R$ 35.136,47, suficiente para realizar o sonho da viagem em família.

Esse é o verdadeiro poder dos juros compostos: o dinheiro cresce como uma bola de neve, acelerando ao longo do tempo. Quanto antes começar, maior o potencial de transformar sonhos em realidade.

— Thaisa Durso, educadora financeira da Rico

Thaisa reforça que, mais do que números, o que realmente importa é o aprendizado que fica. “No fim das contas, o que fica são as memórias construídas em família e o aprendizado que os filhos levam para a vida. O presente pode ser simples, mas o ensinamento é duradouro”, conclui.