Em um cenário de custos crescentes e margens de lucro cada vez mais apertadas, clínicas e consultórios buscam alternativas para otimizar sua gestão. De acordo com Éber Feltrim, CEO da SIS Consultoria, a solução reside em um diagnóstico operacional completo. Essa avaliação minuciosa permite identificar gargalos, realocar recursos de forma estratégica e transformar dificuldades em vantagens competitivas.
A importância do diagnóstico operacional
O setor de saúde suplementar no Brasil registrou um faturamento de aproximadamente R$ 190 bilhões no primeiro semestre de 2025. O lucro líquido atingiu R$ 12,9 bilhões, o maior da série histórica da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No entanto, os custos continuam em ascensão. Dados do Observatório Anahp indicam que, em 2024, os reajustes dos planos coletivos empresariais ultrapassaram 18,5% em 12 meses, enquanto o teto para planos individuais ficou em 6,91%. No mesmo período, o custo médio real das internações hospitalares cresceu 26% entre 2019 e 2023, descontada a inflação, conforme o Mapa Assistencial da Saúde Suplementar.
Além disso, o Brasil possui um número expressivo de clínicas de saúde. Segundo o Sebrae, em setembro de 2022, o país contava com 526.308 empresas ativas no setor, incluindo clínicas e consultórios. Um levantamento do Axxus Institute revela que cerca de 291 mil clínicas estão registradas sob o CNAE de atividades ambulatoriais com recursos diagnósticos. A pesquisa Panorama das Clínicas e Hospitais 2025 indica que 71% dessas instituições investem em marketing para atrair pacientes, 64% utilizam agendamento online e 68% já incorporaram serviços de telemedicina em sua rotina.
Os sete passos para o sucesso
Para Éber Feltrim, especialista em gestão de negócios na saúde e CEO da SIS Consultoria, o ponto de partida é uma análise minuciosa da operação. “Uma avaliação profunda permite identificar gargalos e propor melhorias que vão desde a gestão de pessoas até a aplicação de novas tecnologias. O objetivo é liberar a instituição para focar no que realmente importa: o paciente”.
A seguir, confira os sete passos propostos pelo especialista para transformar desafios operacionais em oportunidades de crescimento:
1. Diagnóstico completo da operação
Antes de implementar qualquer mudança, é fundamental entender o funcionamento da clínica em detalhes. Um diagnóstico abrangente deve avaliar desde o fluxo de pacientes até os custos de insumos. “É como fazer um check-up empresarial. Sem esse raio-x inicial, qualquer intervenção corre o risco de ser paliativa”, explica Feltrim.
2. Mapeamento de processos
O mapeamento das rotinas permite identificar duplicidades, atrasos e etapas que não agregam valor. Com essa visão clara, é possível redesenhar fluxos de trabalho, reduzir desperdícios e liberar a equipe para se concentrar em atividades estratégicas.
3. Implementação de softwares de gestão integrados
A tecnologia deve ser vista como uma aliada. Plataformas que conectam agendamento, prontuários eletrônicos, estoque e faturamento reduzem falhas humanas e aumentam a confiabilidade das informações.
4. Revisão periódica de indicadores financeiros e de atendimento
O acompanhamento contínuo é essencial para identificar problemas antes que se tornem críticos. Custos por atendimento, taxa de absenteísmo, tempo médio de espera e satisfação do paciente são métricas que precisam ser monitoradas regularmente. “Não se trata de números soltos, mas de dados que orientam decisões estratégicas”, ressalta o especialista.
5. Realocação de recursos
Nem todo procedimento gera um retorno proporcional ao esforço e aos custos envolvidos. Análises de rentabilidade ajudam a identificar serviços que sustentam a clínica e aqueles que drenam recursos. Redirecionar investimentos garante competitividade em um setor de margens pressionadas.
6. Treinamento contínuo das equipes
A qualidade do atendimento depende diretamente das pessoas. A capacitação constante mantém os profissionais atualizados sobre protocolos, tecnologia e boas práticas de gestão. Além disso, programas motivacionais reduzem o turnover e aumentam a produtividade.
7. Revisão dos protocolos de atendimento
O paciente busca acolhimento e confiança. A revisão periódica dos protocolos garante uma jornada ágil, clara e humanizada, desde a recepção até a comunicação de exames e retornos. “A percepção positiva do paciente é o que transforma eficiência em fidelização”, conclui Feltrim.
Ao seguir esses passos e implementar um diagnóstico operacional eficaz, clínicas e consultórios podem otimizar sua gestão, aumentar a eficiência e garantir um crescimento sustentável em um mercado cada vez mais competitivo.
Sobre a SIS Consultoria de Negócios
A SIS Consultoria pertence ao grupo SIS, com sede na cidade de Assis/SP. Com grande know-how e eficácia técnica na área de saúde, busca oferecer estratégias de qualidade para as empresas. Há mais de 30 anos no mercado, apresenta hoje significativa expansão e tem sua área de atuação em mais de 170 cidades do país. A SIS busca, por meio de uma equipe ética e comprometida, promover o diferencial do seu negócio como ferramenta para o sucesso.
Sobre o Dr. Éber Feltrim
Especialista em gestão de negócios para a área da saúde, começou a sua carreira em Assis (SP). Após alguns anos, notou a abertura de um nicho em que as pessoas eram pouco conscientes a respeito, a consultoria de negócios e o marketing para a área da saúde. Com o interesse no assunto, abdicou do trabalho de dentista, sua formação inicial, e fundou a SIS Consultoria, especializada em desenvolvimento e gestão de clínicas.