Apenas 22% dos estudantes brasileiros sentem-se plenamente reconhecidos e acolhidos na escola, de acordo com um estudo do Instituto Educbank de Educação e Cultura em parceria com o Great Place to Study (GPTS). A pesquisa também revela que essa percepção se agrava ao longo dos anos, especialmente na adolescência, quando os jovens ingressam no ensino médio.
Iniciativas de acolhimento em São Paulo
Diante desse cenário, diversas iniciativas em São Paulo têm buscado fortalecer a escola como um espaço de acolhimento e pluralidade. Um exemplo notável é o Projeto Miné, um fundo de apoio a estudantes bolsistas da Escola Gracinha, mantida pela Associação Pela Família. O projeto foi lançado em 2 de outubro de 2025, em um evento que reuniu famílias, alunos e especialistas para discutir diversidade, solidariedade e corresponsabilidade na educação, com a mediação da jornalista e apresentadora Astrid Fontenelle.
Foi um encontro inspirador, onde refletimos sobre a corresponsabilidade de todas e todos na construção de uma escola plural e da absoluta relevância da cultura de doação na formação de cidadãos conscientes e participativos.
— Andréa Caran, Presidente Executiva da Escola Gracinha
Segundo Andrea Caran, mais de 100 bolsistas já integram a comunidade escolar, e o Projeto Miné surge para ampliar essas oportunidades.
Avanços e desafios na promoção da igualdade racial
Para Giovanni Harvey, diretor executivo do Fundo Baobá para equidade racial e ex-secretário executivo da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, iniciativas como essa representam avanços significativos.
Há 40 anos, algo assim era impensável. No entanto, numa perspectiva geopolítica, os desafios permanecem. É preciso um compromisso profundo com a democracia, o respeito e, sobretudo, com a educação.
— Giovanni Harvey, diretor executivo do Fundo Baobá
O impacto da pluralidade na formação dos alunos
A assistente social Andreza Carlota, mãe de alunos da Escola Gracinha, ressalta a relevância de uma instituição que valoriza a pluralidade.
Quando busquei essa escola, meu foco era a qualidade do ensino. Hoje vejo que as possibilidades são muito maiores, pois meus filhos têm acesso a experiências diversas que ampliam seus horizontes.
— Andreza Carlota, assistente social e mãe de alunos
Nina Valentini, cofundadora do Movimento Arredondar e também participante do painel, destaca a potência transformadora da corresponsabilidade. Além disso, ela enfatiza a importância da união da comunidade escolar nesse propósito.
É fundamental que a comunidade escolar esteja unida nesse propósito. Esses encontros são oportunidades de aprendizado e de repensar práticas. Quando escolas particulares abrem esse espaço, temos a chance de fazer a educação funcionar de um jeito novo e mais inclusivo.
— Nina Valentini, cofundadora do Movimento Arredondar
Sobre a Escola Gracinha
A Escola Gracinha é mantida pela Associação Pela Família, uma organização sem fins lucrativos que alia tradição e inovação para formar estudantes críticos, criativos e conscientes. Da Educação Infantil ao Ensino Médio, a escola valoriza o protagonismo, a colaboração e os aprendizados significativos, em uma comunidade acolhedora e comprometida com a construção de um mundo mais justo e sustentável.