A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que acontecerá de 10 a 21 de novembro em Belém (PA), promete ser um marco na busca mundial pela redução de emissões e pela eficiência energética. Os impactos da COP 30 atingirão diretamente o varejo alimentar e a indústria supermercadista, desde as gôndolas até os centros de distribuição e sistemas de refrigeração.
Sami Diba, CEO da NEO Estech, destaca a importância do setor: “Os dois setores não serão coadjuvantes: serão chamados a mostrar resultados concretos em eficiência, transparência e impacto ambiental. Quem antecipar essa adaptação vai transformar obrigação em vantagem competitiva”.
Essa mudança de paradigma coloca o varejo alimentar e supermercadista sob novos holofotes. O que antes era visto como diferencial de marca passa a ser questão de sobrevivência e reposicionamento estratégico. Com a COP 30, cresce a pressão, bem como as oportunidades, para que supermercados e redes adotem práticas mais limpas, digitais e eficientes. A seguir, confira 10 tendências que o setor deve observar à luz da Conferência:
1. Relatórios de emissões e transparência climática
Espera-se que, com a COP 30, governos e reguladores reforcem as exigências para que empresas publiquem dados de emissões (escopos 1, 2 e 3) e demonstrem uma trajetória de redução de carbono. Isso influenciará legislações locais, fiscais e regulatórias no Brasil e em outros países da América Latina.
2. Descarbonização das cadeias de frio e logística
No varejo alimentar, os sistemas de refrigeração, o transporte refrigerado e a armazenagem respondem por grande parte da pegada de carbono. Dessa forma, espera-se que fornecedores e redes supermercadistas sejam cobrados por metas climáticas alinhadas ao Acordo de Paris.
3. Incentivos e financiamentos verdes para renovação de equipamentos
A COP 30 também deverá reforçar mecanismos de fomento internacional, como bancos multilaterais, fundos climáticos e linhas verdes, para que empresas invistam em tecnologias mais eficientes. Alguns exemplos são a refrigeração de alta performance, a iluminação LED inteligente e os sistemas térmicos integrados.
4. Eficiência energética como parâmetro competitivo
Estudos apontam que varejistas e centros comerciais que adotaram medidas de eficiência energética reduziram substancialmente seu consumo. Uma pesquisa sobre “Energy transition in the retail sector”, por exemplo, analisa como gestores predizem decisões de investimento energético para diminuir custos operacionais e emissões. No setor supermercadista, intervenções em iluminação, vedação térmica e manutenção preventiva são consideradas essenciais.
5. Integração com ESG como pilar estratégico
A agenda ESG será intensificada após a COP 30. Assim, empresas que já demonstram compromisso com a sustentabilidade terão vantagem competitiva. Um estudo com varejistas alimentícios listados no Reino Unido mostrou que ações climáticas bem estruturadas apresentaram correlação positiva com o retorno sobre ativos.
6. Consumidor mais exigente e consciente
Em paralelo à COP 30, aumenta a pressão de consumidores por marcas que apresentem credenciais reais de sustentabilidade. O varejo alimentício passará a ser avaliado não só pela seleção de produtos, mas também pela forma como opera nos bastidores.
7. Exigências para fornecedores e certificações verdes
Redes supermercadistas poderão exigir que fornecedores apresentem métricas ambientais, uso de energia limpa ou certificações (como ISO 50001 ou certificações de cadeia refrigerada de baixo carbono), pressionando toda a cadeia produtiva.
8. Recuperação de calor, economia circular e reaproveitamento
Solucionar perdas térmicas, reutilizar calor residual e integrar modelos de economia circular (como resíduos alimentares, compostagem, reaproveitamento de água) será cada vez mais valorizado como diferencial operacional e ambiental.
9. Ajustes regulatórios, tributos verdes e incentivos fiscais
Após a COP 30, poderemos observar uma reforma tributária verde, créditos fiscais para eficiência energética, taxas sobre carbono incorporadas aos insumos ou exigências regulatórias para as instalações das redes.
10. Valorização de quem entrega resultados reais com tecnologia
No novo paradigma climático, soluções digitais de monitoramento, IoT, analytics e automação deixarão de ser “apenas ferramentas” e se tornarão infraestrutura indispensável para garantir eficiência, rastreabilidade e redução de emissões operacionais.
Sami Diba reforça a importância da tecnologia:
A COP 30 será um divisor de águas para o varejo alimentar. Quem já estiver rodando com dados, sensores e gestão inteligente estará numa posição de vantagem real. Não se trata apenas de economia, é postura estratégica: integrar desempenho, impacto e propósito.
— Sami Diba, CEO da NEO Estech
Para o setor supermercadista, cada hora de operação elétrica, cada sistema de refrigeração e cada ato de desperdício poderão estar sob novos holofotes. Diba finaliza:
A tecnologia de monitoramento em tempo real e análise de dados não é um diferencial opcional, será parte da infraestrutura invisível que vai separar quem sobrevive no mercado consciente de quem fica para trás.
— Sami Diba, CEO da NEO Estech