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Shell e PCC: postos ligados ao crime expõem gigante dos combustíveis

Bomba de combustível Shell com logo parcialmente obscurecido

A prisão do empresário baiano Jailson Couto Ribeiro, conhecido como Jailson Jau, durante a Operação Primus, deflagrada na última quinta-feira (16/10), expôs uma conexão entre a rede de revendedores da Shell e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Jau, que comanda cerca de 200 postos da marca na América Latina e integra o Instituto Combustível Legal (ICL), é acusado de utilizar a estrutura para adulterar combustíveis, lavar dinheiro e ocultar patrimônio ligado à facção criminosa.

A operação, que mobilizou mais de 170 policiais e bloqueou R$ 6,5 bilhões em bens, lança luz sobre a presença de grandes empresas do setor em esquemas ilícitos de combustíveis.

A Operação Primus e a Prisão de Jailson Jau

Jailson Jau, um dos maiores revendedores de combustíveis da Shell na América Latina, operava cerca de 200 postos de combustíveis da bandeira. No Brasil, a Shell opera sob o controle da Raízen, de Rubens Ometto. De acordo com a Polícia Civil, a rede Shell administrada por Jau fazia parte de um esquema criminoso de adulteração e comercialização irregular de combustíveis.

Além disso, os postos eram utilizados para ocultação patrimonial e lavagem de dinheiro, com conexões diretas com o PCC, a maior facção criminosa do país. Jailson Jau foi preso em um hotel de luxo na cidade de Lençóis, na Chapada Diamantina.

Trajetória e Envolvimento Político de Jailson Jau

Natural de Iaçu, no interior da Bahia, e radicado em Feira de Santana, Jau também possui histórico político, tendo disputado as eleições para prefeito de Iaçu nos anos de 2020 e 2024. Em 2022, Jau apoiou a candidatura do deputado federal Dal Barreto (União Brasil), que foi alvo da sexta fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na terça-feira (14).

Nas redes sociais, Jau ostentava viagens de luxo para destinos internacionais e passeios pelo Brasil.

Bloqueio de Bens e Continuidade das Investigações

A Justiça determinou o bloqueio de bens, imóveis e valores dos investigados, totalizando R$ 6,5 bilhões, o que demonstra a dimensão financeira da operação. Além de Jailson, outros cinco mandados de prisão foram cumpridos, sendo três na Bahia, um em São Paulo e um no Rio de Janeiro.

Mais de 170 policiais civis participaram da ação. As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos e mapear o fluxo de recursos que sustentava as atividades ilícitas do grupo.

“A operação revela a complexa teia de relações entre o crime organizado e o setor de combustíveis, exigindo uma resposta firme das autoridades.”

— Bruna Sena, Agência Bluechip

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