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Brasil lidera transparência ESG às vésperas da COP30, diz estudo

Brasil lidera transparência ESG às vésperas da COP30, diz estudo

A sustentabilidade ganha ritmo no Brasil. Às vésperas da COP30, o país se destaca pela transparência e adesão a relatórios ESG (Environmental, Social and Governance). Um levantamento recente da 3mais revela que propósito, inovação e impacto ambiental estão se consolidando como eixos centrais nas estratégias empresariais.

Brasil em destaque na transparência ESG

Faltando menos de um mês para a COP30 em Belém (PA), a sustentabilidade emerge como um pilar estratégico crucial para as marcas. A pesquisa “O Verde Além do Discurso: O Brasil no Centro” indica que o Brasil está entre os líderes em transparência ESG. Os dados mostram que 93% das 100 maiores empresas publicam relatórios e 63% incluem a Amazônia e a biodiversidade em suas ações.

O estudo também aponta que propósito e resultado estão cada vez mais interligados na nova economia verde. No entanto, a análise revela que apenas 14% das organizações alinham suas práticas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e somente 12% definem metas claras nesse sentido. Ou seja, ainda existe uma lacuna entre o discurso e a ação efetiva.

As marcas perceberam a sustentabilidade como sinônimo de resultado. Quando o propósito se traduz em produto, experiência e coerência, gera valor de mercado e fidelidade real. A COP30 será, ao mesmo tempo, conferência e espelho do que já está acontecendo na prática.

— Murilo Brum, especialista em Consumer Insights da 3mais

Greenwashing e a imagem das empresas

O greenwashing, prática de promover uma imagem de sustentabilidade sem ações ou resultados ambientais reais, impacta a reputação das organizações, especialmente nas redes sociais. Quase metade dos anúncios sobre transição energética no LinkedIn apresentam indícios de publicidade verde enganosa. Jovens entre 15 e 29 anos preferem informações online, com o Instagram sendo a principal plataforma de acesso. O Congresso Nacional já debate a regulamentação da publicidade sustentável.

Um estudo da PwC revelou que 83% dos consumidores valorizam empresas que comunicam suas ações ambientais de forma clara e transparente, enquanto o greenwashing é fortemente penalizado. Campanhas percebidas como incoerentes podem registrar queda de até 28% no engajamento. A dimensão emocional e comunitária da sustentabilidade também ganha relevância, associando o tema a pertencimento e responsabilidade coletiva.

Manguezais: Símbolo de equilíbrio

Em meio às discussões da COP30, os manguezais emergem como símbolo de equilíbrio entre regeneração ambiental e valor econômico. Apesar de cobrirem apenas 0,16% do território nacional, estão presentes em quase 90% da zona costeira, representando um ativo real na transição para uma economia verde, conectando impacto social, climático e financeiro.

Esses ecossistemas de carbono azul possuem alta capacidade de capturar CO₂, com potencial estimado em bilhões de reais em créditos de carbono. Além disso, são considerados soluções naturais capazes de contribuir para mais da metade dos ODS, abrangendo desde educação ambiental até ação climática.

Os desafios agora são transformar esse potencial em prática e contar com lideranças capazes de inspirar confiança e mobilizar mudanças reais.

— Murilo Brum, especialista em Consumer Insights da 3mais

Ações locais, parcerias e projetos de impacto mensurável são cada vez mais valorizados, reforçando o consumo consciente como forma de engajamento social. Propósito e resultado devem caminhar juntos, e a COP30 pode marcar o início de uma nova fase para o mercado, com práticas mais colaborativas, regenerativas e autênticas.

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