O que aconteceria com o mundo se a ciência descobrisse a imortalidade? Este é o questionamento central que motivou o escritor Sebastian Dumon a lançar o livro “Ascensão Imortal”, segundo da trilogia Sete Imortais. A saga narra uma distopia que surge após cientistas utilizarem a imortalidade para curar doenças terminais.
A ética em xeque
A história mostra como o que começa com um compromisso ético logo se transforma em uma arma nas mãos das elites. Nesse cenário, surgem campos que exploram pessoas com falsas promessas de emprego, enquanto autoridades aprovam leis que beneficiam os poderosos.
Com o lançamento, o autor busca analisar como a sociedade atual pode se tornar uma distopia, considerando os avanços científicos e o aumento das desigualdades. Uma nova elite ganha força e “Fazendas de Sangue” são criadas, onde muitos começam a trabalhar em busca de um emprego estável, mas são explorados como fontes ininterruptas da nova moeda.
Além disso, países passam a aprovar legislações abusivas que beneficiam os grupos sociais mais fortes, formados pelos autodenominados Aprimorados, os imortais que caminham sobre a terra.
Enredo e personagens
Na trama, Lucas Moretti é atacado por uma imortal e se torna capaz de viver para sempre, tornando-se a chave para a criação de um projeto revolucionário: o Renascer.
Em meio a essa distopia, Lucas se une a figuras importantes para combater os avanços violentos das elites e dos governos. Entre eles, estão Ana, médica ganhadora do Prêmio Nobel e idealizadora do projeto Renascer; João, hacker que vaza dados sigilosos; e Mariana, que vivenciou a devastação causada pela imortalidade.
Reflexões sobre o futuro
Com uma narrativa de reviravoltas e ritmo intenso, Dumon constrói uma história que ecoa a realidade. A saga reflete sobre os limites da ética diante de uma ciência em constante evolução e questiona o futuro de uma sociedade tecnológica e desigual.
O conceito de imortais já foi exaustivamente abordado na literatura. Então eu tentei dar uma roupagem mais realista, mais científica, desprovida de todos os elementos sobrenaturais da mitologia tradicional. Também busquei induzir o leitor a uma reflexão sobre a nossa sociedade e sobre a forma como ela reagiria a algo como uma cura para todas as enfermidades. Até que ponto estaríamos dispostos a ceder em nome disso? — Sebastian Dumon, autor.