A inteligência artificial (IA) se tornou uma ferramenta estratégica para empresas que buscam aumentar a produtividade e reduzir custos. De acordo com William de Paiva Bella, especialista que liderou projetos de IA em instituições como ING Bank e KPMG, empresas que aplicam a tecnologia de forma eficaz podem reduzir entre 30% e 50% de seus custos operacionais no primeiro ano.
Como transformar IA em eficiência?
Bella aponta que o erro mais comum é focar na tecnologia antes de entender as necessidades da empresa. “O primeiro passo é entender onde a empresa gasta tempo e dinheiro com tarefas manuais e repetitivas. IA sem propósito claro de redução de custos vira um experimento caro que nunca sai do piloto”, afirma.
Com base em projetos realizados em três continentes, o especialista propõe uma metodologia prática em seis etapas para transformar IA em eficiência real:
- Mapear os vilões do custo: Identificar tarefas repetitivas e de alto volume, como análises de documentos, atendimento básico e conciliação de dados.
- Calcular o retorno (ROI): Estimar o impacto financeiro e projetar o payback antes de investir. Projetos bem estruturados geralmente se pagam em até 12 meses.
- Começar com vitórias rápidas: Implementar processos simples e escaláveis, como chatbots ou automação de relatórios, para gerar resultados rápidos e consolidar a cultura digital.
- Investir em dados de qualidade: “IA é tão boa quanto os dados que a alimentam. Sem governança, o sistema gera resultados inconsistentes e perde credibilidade”, alerta o especialista.
- Integrar a tecnologia sem fricção: Incorporar a IA de forma natural aos processos existentes, reduzindo a resistência e acelerando a adoção.
- Manter governança e otimização contínua: Monitorar resultados e atualizar modelos para garantir ganhos sustentáveis a longo prazo.
A importância da execução disciplinada
Além disso, o especialista ressalta que o diferencial competitivo está na execução disciplinada. “Empresas que tratam automação como projeto de TI perdem o foco. As que encaram a IA como parte da estratégia de negócio já operam com custos até 50% menores. A tecnologia está disponível. O que falta, muitas vezes, é clareza sobre onde aplicá-la e como medir o retorno”, conclui William de Paiva Bella.
