Um recente apagão cibernético na Amazon Web Services (AWS) expôs a dependência do varejo moderno da infraestrutura digital. A falha crítica impactou marketplaces, bancos digitais, aplicativos de saúde e até companhias aéreas, evidenciando a importância da prevenção. Diante desse cenário, Anderson Ozawa, especialista da FIA Business School, oferece cinco lições estratégicas para o varejo se proteger contra os riscos cibernéticos no fim de ano, período crucial para o setor.
Planejamento e Resiliência
Segundo o Downdetector, a pane afetou mais de 2 mil empresas simultaneamente, impactando milhões de usuários. Ozawa ressalta que o consumidor final, muitas vezes, não compreende as falhas técnicas, mas percebe a interrupção dos serviços. “Nesse momento, a reputação que o varejista levou anos para construir pode se perder em minutos”, afirma.
Para evitar prejuízos, o especialista enfatiza que o verdadeiro risco reside na ausência de um plano de contingência. “O problema não é o apagão em si, mas a falta de visão sistêmica e governança digital. Muitas empresas ainda tratam a infraestrutura de TI como despesa, não como estratégia”, completa.
Dicas para o Varejo se Proteger
Com a proximidade da Black Friday e do Natal, Ozawa apresenta cinco dicas essenciais para os varejistas que buscam otimizar seus resultados e proteger suas operações:
- Planejar para a falha, não para o funcionamento: A resiliência arquitetônica, a redundância e as simulações de desastre são cruciais.
- Evitar opções únicas: A dependência de um único provedor ou região aumenta a vulnerabilidade. Avaliar opções como multi-cloud e diversificação é fundamental.
- Comunicação transparente: Em caso de falha, informar os clientes com clareza, empatia e ações futuras é mais importante do que garantir o uptime.
- Monitoramento e reação rápida: A demora na detecção de falhas pode comprometer significativamente o valor de recuperação para as empresas.
- Trabalho contínuo: Treinamentos, integração de áreas de negócio com TI e calendários de backups operacionais fortalecem a cultura de segurança.
Confiança como Ativo Principal
Além disso, Ozawa destaca que grande parte do varejo vive a ilusão de que a tecnologia é garantia de crescimento, negligenciando a importância da resiliência. “Se não houver resiliência, é um crescimento baseado na crença de uma sorte inconstante”, alerta.
Em um cenário onde a estabilidade digital é um diferencial competitivo, o especialista enfatiza que a confiança se tornou o ativo mais valioso da era digital. Portanto, investir em segurança cibernética e em planos de contingência é essencial para garantir a continuidade dos negócios e a satisfação dos clientes.
A diferença entre perder um dia e perder o negócio é simples: quem antecipa o caos e age com prevenção, lucra com ele (ou pelo menos não perde).
— Anderson Ozawa, professor da FIA Business School