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AIDC reinventa processos no varejo brasileiro, diz especialista

AIDC reinventa processos no varejo brasileiro, diz especialista

No dinâmico varejo brasileiro, a busca por eficiência operacional e uma experiência de compra otimizada se tornaram elementos cruciais para a competitividade. Em um cenário onde as margens são cada vez mais estreitas e os consumidores menos tolerantes a falhas, a tecnologia AIDC (Automatic Identification and Data Capture) surge como uma ferramenta transformadora, capaz de redefinir o funcionamento das lojas.

AIDC: mais que automação, uma transformação de processos

A AIDC vai além da simples automatização de registros, promovendo uma reorganização completa dos processos internos, desde o estoque até o front-end. Essa mudança exige a integração de sistemas, a revisão de fluxos e o treinamento contínuo das equipes. O resultado é um modelo operacional que aumenta a previsibilidade, minimiza perdas e proporciona ao cliente uma jornada de compra mais fluida e agradável.

De acordo com João Ricardo Costa, Head da BU de Label Solutions da Selbetti, adotar a tecnologia AIDC significa muito mais do que simplesmente instalar leitores de código de barras ou etiquetas RFID. “Trata-se de um movimento de transformação que impõe às empresas repensar processos essenciais”, afirma.

Fluxos de estoque precisam ser redesenhados para que a informação circule de forma automática e confiável; sistemas de ERP e WMS têm de ser integrados em tempo real; e as equipes passam a demandar treinamento contínuo para lidar com dispositivos e dashboards que tornam o negócio mais transparente.

— João Ricardo Costa, Head da BU de Label Solutions da Selbetti

Desafios e soluções no contexto brasileiro

No Brasil, a implementação da AIDC apresenta desafios específicos. Muitas empresas ainda operam com estoques parcialmente manuais ou sistemas de gestão desatualizados, o que acentua as discrepâncias entre o inventário físico e o registrado. Nesse contexto, a AIDC se destaca ao substituir registros manuais por captura automática de dados, eliminando erros humanos e assegurando que as decisões sejam baseadas em informações consistentes.

Essa reorganização requer um esforço inicial significativo, mas estabelece uma nova forma de operar. Rotinas antes manuais e propensas a falhas são substituídas por dados precisos, que alimentam decisões em tempo real. Dessa forma, o varejista não apenas corrige ineficiências, mas também estabelece bases sólidas para uma expansão sustentável em um mercado de rápidas transformações.

Vantagens competitivas da AIDC

Implementar a AIDC envolve investir em dispositivos de captura, redes de conectividade, integração de softwares e treinamento de equipes. Além disso, requer uma revisão cultural, já que a adoção de processos automatizados pode gerar resistência interna. No entanto, uma vez superada essa fase, o varejista opera em um novo patamar.

A automação e a visibilidade em tempo real se tornam parte essencial da operação, criando um diferencial competitivo difícil de ser replicado. Abrir mão dessa eficiência, precisão e confiabilidade seria inviável em um setor com margens cada vez mais apertadas.

Dados de consultorias globais reforçam essa percepção. Segundo a GS1, empresas que automatizam a captura de dados reduzem em até 30% o tempo de processos operacionais e praticamente eliminam erros de digitação e inconsistências em inventários. Esses ganhos impactam diretamente a margem de lucro, otimizando a reposição e aumentando a disponibilidade de produtos.

Considerando que os custos logísticos no mercado brasileiro representam, em média, de 12% a 14% do PIB, qualquer ganho de eficiência se traduz em vantagem estratégica. A AIDC, ao reduzir falhas e melhorar a previsibilidade, atua diretamente nesse ponto frágil do varejo nacional.

Impacto na experiência do consumidor

A transformação proporcionada pela AIDC não se limita aos bastidores da operação. O consumidor, cada vez mais exigente e conectado, percebe rapidamente os efeitos dessa tecnologia. Com sistemas integrados e dados instantâneos, as lojas conseguem garantir maior precisão na disponibilidade de produtos, evitando rupturas e divergências entre o estoque físico e o sistema.

A reposição se torna mais ágil, garantindo prateleiras sempre abastecidas. O checkout é simplificado com leitores rápidos e soluções sem contato, reduzindo filas e erros. O atendimento ganha consistência, pois os vendedores têm acesso imediato às informações sobre tamanhos, cores e unidades disponíveis.

Pesquisas indicam que 41% dos consumidores brasileiros não retornam a uma loja após uma experiência de ruptura de estoque. A AIDC, ao aumentar a precisão e a transparência, funciona como um escudo contra esse tipo de desgaste, fortalecendo a confiança na marca e tornando a jornada de compra mais conveniente.

O valor da informação em tempo real

A AIDC permite que o varejo acesse um ativo valioso: dados em tempo real. Cada produto lido, cada movimentação registrada e cada fluxo automatizado geram informações que alimentam análises preditivas e relatórios de performance.

Com a AIDC, as empresas conseguem identificar padrões de consumo, prever picos de demanda e ajustar o sortimento de forma dinâmica. Essa inteligência, aplicada aos dados, se torna insumo para decisões estratégicas de expansão, marketing e relacionamento com clientes.

Estudos apontam que varejistas que utilizam tecnologias de automação e análise integrada de dados têm um crescimento médio 25% superior ao dos concorrentes que dependem de processos manuais. A AIDC, portanto, é um motor de inteligência de negócios.

Em conclusão, a tecnologia AIDC não deve ser vista como um recurso isolado, mas como uma alavanca estrutural de transformação. Ao reorganizar processos internos, elevar a eficiência e aprimorar a experiência do cliente, a AIDC cria vantagens competitivas que reposicionam o varejista em um patamar superior de maturidade digital.

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