Em um cenário que demanda novos modelos de desenvolvimento, a proposta de Democracia da Cooperação, idealizada pela pesquisadora Rosalvi Monteagudo, surge como um caminho para um Brasil mais autônomo, sustentável e justo. A visão de Monteagudo é resultado de anos de pesquisa e sensibilidade às necessidades do país.
Seu argumento é que a independência econômica do Brasil virá de uma aliança ética entre Estado e sociedade civil organizada.
Pilares para o desenvolvimento sustentável
A proposta de Rosalvi Monteagudo se baseia em três pilares interligados, que visam reestruturar a relação entre economia, política e bem comum.
Neutralidade política e cooperação institucional
Um dos princípios defendidos é a neutralidade política. Para Monteagudo, políticas públicas devem ser estáveis, transparentes e protegidas contra interesses partidários, garantindo o foco no bem-estar coletivo.
Essa neutralidade abre caminho para a cooperação institucional, onde o Estado atua como parceiro colaborativo.
Parceria colaborativa entre Estado e sociedade
A relação entre governo e sociedade civil deve ser de parceria, não de subordinação. Monteagudo defende que o Estado deve assegurar a liberdade para cooperativas e empresas solidárias inovarem e criarem soluções adaptadas às suas realidades.
Essa aliança entre governo, cooperativas e produtores é o motor para gerar trabalho, fortalecer a economia real e promover um mercado solidário.
Valorização do trabalho e da intercooperação
Na base de tudo está a valorização do trabalho produtivo e da educação cooperativa. O modelo propõe uma forte integração entre organizações sociais, cooperativas e empresas de economia solidária. Essa intercooperação fortalece a base produtiva, garantindo que o desenvolvimento econômico seja distribuído por todas as regiões e comunidades, promovendo um mercado baseado em confiança e responsabilidade.
Quem é Rosalvi Monteagudo?
Rosalvi Maria Teófilo Monteagudo une academia, prática e preocupação social. Mestre em Cooperativismo, é contista, pesquisadora, professora e funcionária pública aposentada.
Sua carreira é marcada pelo engajamento com o Terceiro Setor e a economia solidária. Entre suas realizações, destacam-se:
- Criação do COOPSOVr, projeto de novas regras via software para otimizar custos e processos online.
- Participação ativa em oficinas do Fórum Social Mundial (2002-2005) e atuação como voluntária na Pastoral da Criança.
- Presidência-fundadora da Econsolidaria e participação na constituição de diversas associações.
- Atuação como editora e organizadora de cursos e conferências para disseminar os princípios do cooperativismo.
Trajetória de pesquisa e ação
A consistência de seu pensamento é visível em suas publicações ao longo de duas décadas. Seus trabalhos demonstram uma evolução contínua de suas ideias sobre autonomia, sustentabilidade e cooperação:
- Revisão das regras dos princípios cooperativistas (2001)
- Economia solidária; novas regras (2002)
- Autonomia na organização da empresa; uma sugestão para o desemprego (2004)
- Sustentabilidade socioeconômica, via web-service (2006)
- Administração e a contabilização/accountability para o terceiro setor (2007/2018)
- Economia digital e sustentabilidade (2008/2018)
- Autonomia Financeira e a Autogestão – Uma Ideia (2019)
Rumo a um Brasil mais cooperativo
A “Democracia da Cooperação” de Rosalvi Monteagudo é um chamado à ação. É um convite para repensar as estruturas de poder e produção, unindo autonomia financeira, sustentabilidade econômica e justiça social. Ao reafirmar o compromisso com um modelo que coloca a cooperação e a solidariedade no centro, sua proposta aponta para um futuro onde o Brasil pode se tornar mais próspero e humano.
A verdadeira independência econômica do Brasil não virá de modelos centralizadores, mas de uma aliança ética entre Estado e sociedade civil organizada.
— Rosalvi Monteagudo, pesquisadora e autora






