Três clássicos da literatura de José Sarney, membro da Academia Brasileira de Letras, ganham novas edições: “O dono do mar”, “Saraminda” e “A duquesa vale uma missa”.
Reafirmação da força literária
A coleção reafirma a força literária de Sarney, autor de romances que cruzam história, mito e imaginação, traduzidos em diversos países. Um dos destaques é “A duquesa vale uma missa”, que apresenta um desfecho inédito.
O relançamento convida novas gerações de leitores a redescobrir a riqueza narrativa do ex-presidente, que preserva a memória e a reinventa.
O Dono do Mar: Mito e Ancestralidade
Em “O dono do mar”, José Sarney transforma a tradição oral dos pescadores amazônicos em uma epopeia literária que entrelaça mito, destino e ancestralidade. A natureza se torna personagem, conduzindo uma narrativa de rara força poética, onde o real e o fantástico se encontram.
Publicado em diversos países, o romance é um marco da literatura brasileira sobre o imaginário amazônico, elevando a cultura ribeirinha ao plano universal.
Saraminda: A Saga nos Garimpos
“Saraminda”, por sua vez, transporta o leitor para os garimpos do Contestado do Amapá e da Guiana Francesa, no século XIX. Nesse cenário de fronteiras tensas e riquezas disputadas, Sarney constrói uma trama marcada pela sensualidade e pela tragédia, tendo como figura central a enigmática Saraminda.
A obra combina lirismo, crítica social e densidade histórica, revisitando um episódio esquecido da memória nacional, enquanto revela personagens movidos por cobiça e desejo.
A Duquesa Vale Uma Missa: Arte, Política e Loucura
Arte, política e loucura se entrelaçam em “A duquesa vale uma missa”. O autor recria uma narrativa de fascínio e obsessão em que Leonardo, o protagonista, vive apaixonado por uma mulher que jamais conheceu: a Duquesa de Villars, retratada em um quadro renascentista.
O romance mergulha nas fronteiras entre delírio e realidade, evocando fantasmas históricos e explorando o poder da imaginação. A nova edição apresenta um desfecho inédito, adicionando camadas à trama.
O relançamento desses três clássicos reafirma a potência criativa de José Sarney como romancista capaz de dialogar com a história, o mito e a imaginação. As obras permanecem vivas, atravessando o tempo e convidando leitores a adentrar em universos tão diversos quanto a Amazônia mítica, os garimpos da fronteira e as intrigas da corte renascentista. Literatura que é memória, mas também reinvenção.






