Na era digital, a competição entre marcas vai além da atenção, buscando relevância. O silêncio corporativo pode custar caro, e a falta de posicionamento se tornou um fator crucial na perda de credibilidade e engajamento.
A importância do posicionamento para as marcas
Para Jovana Menezes, especialista em marketing digital e fundadora da Joya Woman, agência de comunicação focada em mulheres empreendedoras, o posicionamento é vital para a sobrevivência das marcas. “Quando uma marca não se posiciona, o público cria sua própria versão sobre ela. No digital, quem não fala perde espaço, e quem fala sem propósito perde confiança”, afirma.
Levantamentos recentes confirmam essa mudança de paradigma. Uma pesquisa global da Deloitte (2024) revelou que 79% dos consumidores consideram o propósito da marca antes de comprar. Além disso, 66% afirmam ter deixado de consumir produtos de empresas que não se alinham aos seus valores.
Outro estudo, o PwC Global Consumer Insights Pulse Survey 2024, aponta que 43% dos consumidores valorizam empresas que comunicam claramente seus compromissos sociais e ambientais, com 31% dispostos a pagar mais por produtos de marcas responsáveis.
Durante muito tempo, comunicar era apenas divulgar produtos. Hoje, é sobre construir percepção, criar confiança e gerar diálogo. O consumidor quer saber o que a marca representa e como ela se posiciona diante de temas que impactam a sociedade.
— Jovana Menezes, especialista em marketing digital
Posicionamento digital: indo além da presença nas redes sociais
Jovana Menezes também observa que o posicionamento digital não se limita à presença nas redes sociais, mas sim à clareza da identidade da marca e à coerência entre mensagem e entrega. “Toda marca comunica, mesmo quando não quer. Desde a linguagem visual até o atendimento, tudo é posicionamento. Se ela não define a própria narrativa, o público fará isso por ela”, destaca.
CEOs como influenciadores
O Edelman Trust Barometer 2024 revela que 82% das pessoas esperam que líderes empresariais usem suas plataformas para defender valores, causas e princípios corporativos. Essa tendência transforma a forma como as empresas se comunicam. “Os consumidores não querem ouvir apenas a marca institucional, querem ver quem está por trás dela. Quando o líder fala com autenticidade, humaniza o negócio e fortalece o vínculo com o público”, explica Jovana.
Nos últimos anos, o fenômeno dos CEOs influenciadores ganhou força, com executivos como Satya Nadella (Microsoft), Luiza Trajano (Magazine Luiza) e Guilherme Benchimol (XP Inc.) adotando uma postura mais pessoal e transparente nas redes sociais. “O CEO é o novo canal de branding. Ele dá rosto e voz à cultura da empresa, e isso traz uma camada de confiança que nenhum anúncio consegue gerar”, complementa Jovana.
Desafios e coerência no posicionamento
O maior desafio para as empresas, segundo Jovana Menezes, é equilibrar propósito e coerência. Muitas marcas investem em marketing digital, mas não evoluem por falta de identidade e clareza na mensagem. “Ter presença online não significa ter posicionamento. O público percebe quando o discurso é genérico ou desalinhado com a prática”, observa.
Um levantamento da McKinsey & Company (2024) mostra que empresas com marcas fortes e comunicação consistente crescem até 20% acima da média de mercado. Isso reflete a confiança e os vínculos duradouros construídos com o consumidor. Para a especialista, o posicionamento é crucial para a reputação e precisa traduzir valores, cultura e propósito de forma autêntica e contínua.
Não se trata de falar mais, mas de comunicar com verdade. A marca que entende o que representa e age de acordo com isso transforma reputação em resultado.
— Jovana Menezes, especialista em marketing digital






