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OAB mira advogados por conduta em redes sociais; entenda

OAB mira advogados por conduta em redes sociais; entenda

O número de representações éticas abertas nas seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por postagens em redes sociais tem crescido nos últimos meses. Esse aumento, segundo levantamento interno de conselhos regionais, reflete os desafios do avanço do marketing jurídico digital, que antes se limitava a sites e newsletters. A principal dúvida entre os profissionais da área é como divulgar o trabalho sem infringir o Código de Ética e Disciplina da OAB.

Atenção à ética nas redes sociais

De acordo com o advogado Edgard Dolata, especialista em privacidade de dados e professor convidado em programas de educação executiva, a exposição online exige técnica e responsabilidade. “Curtidas e seguidores não pagam boletos se vierem acompanhados de riscos éticos”, afirma. Ele ressalta que o marketing jurídico não deve ser autopromoção, mas sim um posicionamento de autoridade baseado em conteúdo informativo e valor público.

Dolata explica que práticas como divulgar resultados de processos, mencionar valores de causas ou usar termos comparativos configuram publicidade irregular. Além disso, ele explica: “A OAB tem reiterado que o conteúdo jurídico deve ter caráter educativo, sem promessa de resultado. O erro está em tratar o Instagram como vitrine comercial e não como espaço de credibilidade”.

O que diz a OAB sobre marketing jurídico

O Conselho Federal da OAB reforçou, em 2024, que advogados podem usar redes sociais para divulgar conhecimento técnico, desde que não haja mercantilização da profissão. O Provimento nº 205/2021, que regulamenta a publicidade na advocacia, permite o uso de ferramentas digitais e impulsionamento pago, mas com limites claros: é vedada a captação ativa de clientela e o uso de linguagem sensacionalista.

Casos recentes de sanções aplicadas a profissionais que anunciaram “consultas gratuitas”, “defesas rápidas” ou “parcelamento de honorários” demonstram o endurecimento das fiscalizações. Segundo Dolata, a era da advocacia digital demanda maturidade comunicacional. “Não existe liberdade absoluta na internet. Cada post é um documento público, e o que se publica pode ser usado em processos disciplinares. O bom senso ainda é a melhor estratégia.”

O advogado precisa pensar como gestor de reputação. Um deslize online pode custar anos de construção de imagem e até o direito de exercer a profissão.

— Edgard Dolata, advogado e especialista em privacidade de dados

O especialista orienta que os escritórios adotem políticas internas de comunicação e busquem consultoria ética antes de campanhas digitais.

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