A megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, ganhou destaque político. De acordo com o cientista político Elias Tavares, o tema da segurança pública volta a ser prioridade no debate nacional, marcando o início da disputa eleitoral de 2026.
Reações e posicionamentos
Tavares aponta que as reações subsequentes mostram que a questão da segurança ultrapassou a esfera administrativa.
A operação não foi apenas policial — foi um fato político. E todos correram para marcar posição. — Elias Tavares, cientista político
O governador Cláudio Castro, ao destacar a atuação quase solitária do estado, iniciou uma narrativa de confronto com o governo federal. Por outro lado, figuras do governo Lula, como a ministra Gleisi Hoffmann, vincularam a crise à urgência de aprovar a PEC da Segurança Pública, usando a tragédia como argumento legislativo.
Críticas e a volta da pauta conservadora
No campo progressista, críticas ao modelo repressivo ganharam força. Tavares cita a declaração recente do ministro Guilherme Boulos — “o problema não é o barraco, é a Faria Lima” — como um símbolo da disputa ideológica sobre as causas e soluções para a violência urbana.
Para o analista, isso reforça o retorno da pauta conservadora da segurança ao topo das discussões.
Mais do que discutir anistia ou memória recente, o eleitor quer viver. O medo é o maior cabo eleitoral do Brasil. — Elias Tavares, cientista político
O cidadão e a atuação do governo
Tavares ressalta que a população está exausta da sensação de abandono pelo Estado e analisa a operação sob uma perspectiva dupla.
Se há uma guerra em curso, o cidadão espera que o governo atue com firmeza. Mas o simples fato de chegarmos ao ponto de operações tão letais é o maior sinal de que as políticas públicas falharam ao longo de décadas. — Elias Tavares, cientista político
Fortalecimento político de Cláudio Castro
Ele acredita que o governador Cláudio Castro se fortalece politicamente neste momento, especialmente visando o Senado.
Castro assume o protagonismo e apresenta resultado imediato à sua base. Se o controle do território avançar, ele entra em 2026 maior do que está hoje. — Elias Tavares, cientista político
Conclusão: a segurança como régua eleitoral
Em conclusão, o analista afirma:
A operação abriu a temporada eleitoral. A partir de agora, segurança pública será a régua pela qual todos os pré-candidatos serão medidos. — Elias Tavares, cientista político






