O filme “O Agente Secreto”, um thriller político ambientado no Recife dos anos 1970, estreia nos cinemas brasileiros em 6 de novembro. Ele foi escolhido para representar o Brasil no Oscar de 2026 e já coleciona prêmios internacionais. Vencedor nas categorias de “Melhor Diretor” (Kleber Mendonça Filho) e “Melhor Ator” (Wagner Moura) no Festival de Cannes de 2025, o longa-metragem obteve 100% de aprovação no Rotten Tomatoes.
Campanhas brasileiras rumo ao Oscar
Este é o segundo ano consecutivo em que um filme brasileiro indicado ao Oscar ganha destaque na mídia internacional. Em 2024/25, o sucesso foi “Ainda Estou Aqui”, vencedor da categoria “Melhor Filme Internacional” no Oscar 2025. Para Cyntia Calhado, professora de Cinema e Audiovisual da ESPM, as campanhas brasileiras rumo ao Oscar estão cada vez mais maduras e sofisticadas.
A trajetória de um filme, desde a escolha para representar o país até uma eventual indicação, é dividida em etapas. Neste período, a equipe se dedica à construção de imagem, com ações de divulgação, viagens e sessões especiais para apresentar o filme. Todo esse movimento é feito sem mencionar diretamente o Oscar, apenas com destaque para o filme, as histórias, personagens e artistas. Um fluxo chamado pelos profissionais do setor de “campanha”.
Reconhecimento internacional
De acordo com a professora Cyntia, o Brasil tem acumulado experiência nesse tipo de estratégia. “Ainda Estou Aqui” contou com uma longa trajetória de encontros internacionais para apresentar Fernanda Torres ao mundo. No caso de “O Agente Secreto”, Wagner Moura já tem reconhecimento internacional e vem sendo cotado como um dos indicados ao prêmio de “Melhor Ator” em Cannes 2026. O reconhecimento do Brasil em 2025 no Festival aumenta as chances de “O Agente Secreto” e o coloca em posição de destaque entre os concorrentes, abrindo espaço para possíveis indicações em outras categorias além de “Melhor Filme Internacional”.
O prestígio internacional recente do cinema brasileiro é resultado de um esforço coletivo dos cineastas nas últimas décadas para fortalecer a presença do país em festivais e premiações.
— Cyntia Calhado, professora de Cinema e Audiovisual da ESPM
Ela ressalta que o sucesso de uma campanha ao Oscar depende tanto do mérito artístico quanto da estratégia de mercado. “Vai desde o modo como o diretor e o elenco se comunicam até o investimento em divulgação e relacionamento com a imprensa. Nesse contexto, Wagner Moura se destaca por já ser um nome conhecido em Hollywood, o que amplia a visibilidade do projeto”.
Cyntia conclui que o atual representante brasileiro no Oscar sintetiza o momento de maturidade criativa e política do cinema nacional, consolidando uma imagem de diversidade, qualidade e relevância no cenário global. “O reconhecimento internacional fortalece a indústria audiovisual brasileira, valoriza os profissionais técnicos e eleva a autoestima cultural do país. O Oscar representa a afirmação do Brasil como produtor de cultura capaz de dialogar com o mundo”.






