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Equity ganha espaço com retração de aportes no mercado brasileiro

Equity ganha espaço com retração de aportes no mercado brasileiro

O mercado brasileiro de private equity (PE) e venture capital (VC) tem enfrentado retração. Entre janeiro e setembro de 2024, foram 112 negócios apoiados por PE ou VC, cerca de 56% dos 199 registrados em 2023. O valor total dessas transações atingiu US$ 2,14 bilhões até 13 de setembro de 2024, abaixo dos US$ 2,56 bilhões do ano anterior e muito inferior ao pico de US$ 10,04 bilhões em 2021.

Cenário de Retração e a Ascensão do Equity

Diante desse cenário, o modelo de participação acionária direta (equity) em empresas consolidadas ou em crescimento ganha destaque como alternativa para expansão sustentável.

Marcus Varandas, fundador do EquityClub, avalia que “o modelo equity se firma como resposta à redução de rodadas de investimento e ao aumento da seletividade dos aportes”.

As empresas brasileiras têm buscado consolidar ganhos antes de captar novamente, e o equity oferece governança, alinhamento de interesses e autonomia.

— Marcus Varandas, fundador do EquityClub

Equity como Instrumento de Crescimento Interno

Um relatório da Spectra Investimentos e consultoria de PE/VC aponta que o realinhamento das estratégias dos investidores estrangeiros e as altas taxas de juros no Brasil reduziram o apetite por investimentos de risco. Nesse contexto, o equity surge como instrumento de crescimento interno, com aporte de capital para expansão e melhoria operacional, sem depender de captação externa.

Além disso, dados históricos reforçam a atratividade dessa estratégia. Fundos de private equity e venture capital no Brasil registraram rentabilidade média (IRR) de 12,7% em reais entre 1994 e 2022. No caso dos fundos de VC, esse índice subiu para 15,6%.

Essa consistência reforça a “via equity” como mais alinhada à construção de valor em longo prazo e menos vulnerável às oscilações do mercado de capitais.

— Marcus Varandas, fundador do EquityClub

Para Varandas, a desaceleração dos aportes marca uma fase de transição, não de crise. “O equity não é apenas uma ferramenta financeira, é um instrumento de transformação que convida o empreendedor a crescer com estrutura e propósito”, afirma.

Em um cenário de investidores mais exigentes, a participação relevante dos fundadores, a menor diluição e o foco em criação de valor podem se tornar diferenciais competitivos para empresas que buscam expansão, mesmo em ambientes de menor liquidez.

Por fim, o movimento promovido por Marcus Varandas surge como resposta ao novo momento do mercado, onde crescer com consistência passa a valer tanto quanto captar rápido.

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