Representantes do Serpro, Dataprev, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal se reuniram em um painel para discutir os desafios e oportunidades da inteligência artificial (IA) nos serviços governamentais. O encontro, realizado durante a Semana de IA do Serpro, promoveu a troca de experiências e visões sobre o futuro da tecnologia no setor público.
IA para humanizar o atendimento
William Veronesi Rocha, superintendente de Inteligência Artificial e Inovação da DataPrev, destacou o potencial da IA para humanizar o atendimento ao cidadão, especialmente para a população mais carente. Segundo ele, a tecnologia pode quebrar barreiras de comunicação entre o Estado e o cidadão, facilitando o acesso a direitos e informações.
A IA pode ser uma ferramenta para o Estado brasileiro não só ter mais eficiência, mas humanizar o atendimento ao cidadão, principalmente no atendimento voltado à população mais carente.
— William Veronesi Rocha, superintendente de Inteligência Artificial e Inovação da DataPrev
Além disso, Veronesi mencionou que a IA pode antecipar as necessidades do trabalhador brasileiro, oferecendo informações e suporte para a aposentadoria, por exemplo.
Caixa aposta na capacitação de funcionários
Para William Rodrigues dos Santos, líder do Centro de Excelência de Inteligência Artificial da Caixa Econômica Federal, o uso de IA na instituição é um caminho sem volta. Ele informou que os 83 mil funcionários da Caixa utilizam a IA em diversas atividades, desde análise de dados até assistentes virtuais.
O principal desafio, segundo Santos, é capacitar os funcionários para utilizar a IA de forma eficiente e aprimorar os processos de trabalho. Afinal, não adianta ter tecnologia de ponta aplicada a processos inadequados.
A IA tem um potencial transformacional, que pode potencializar nossa capacidade de atender bem.
— William Rodrigues dos Santos, líder do Centro de Excelência de Inteligência Artificial da Caixa Econômica Federal
Estratégia de transformação do Banco do Brasil
Giuliane Camara, executiva de IA e Analytics no Banco do Brasil, ressaltou a importância de uma estratégia bem definida para o uso da IA. De acordo com ela, a maioria das empresas que obtêm sucesso com a tecnologia possui uma estratégia clara e envolve diferentes áreas, como marketing, suporte ao cliente e atendimento.
O Banco do Brasil, conforme explicou Giuliane, adotou uma estratégia intermediária, que busca a transformação dos negócios e processos junto com as pessoas, sem adotar a tecnologia a qualquer custo ou se mostrar excessivamente conservador.
A exceção, nesse caso, seria a utilização da IA em áreas específicas, como cibersegurança, que exige uma atualização agressiva e constante para combate a fraudes. Atualmente, o BB já possui mais de 800 soluções de IA desenvolvidas e 100 modelos catalogados, o que auxilia no monitoramento e desenvolvimento de políticas específicas de governança de dados.
Desafios e oportunidades
Carlos Fonseca Lima, gerente do Centro de Excelência em Ciência de Dados e Inteligência Artificial do Serpro, concluiu que a velocidade de evolução da IA traz tanto ansiedade quanto oportunidades. Ele salientou que a questão não é apenas tecnológica, mas também de letramento e mapeamento de processos.
Temos todos enfrentado uma velocidade de evolução muito alta, com uma ansiedade para a adoção de novas tecnologias. Mas a questão nunca é tecnológica por si só. O trabalho vem antes, seja de letramento seja de mapeamento de processos, é uma jornada grande.
— Carlos Fonseca Lima, gerente do Centro de Excelência em Ciência de Dados e Inteligência Artificial do Serpro
A Semana de IA do Serpro, que incluiu o painel com Serpro, Dataprev, BB e Caixa, promoveu debates e a troca de experiências sobre o tema, com palestras e workshops de especialistas do governo, empresas de TI e profissionais de mercado. O conteúdo completo está disponível no canal da empresa no Youtube.






