O recente vazamento de 180 milhões de e-mails e senhas do Gmail reacendeu o debate sobre LGPD, cibersegurança e a proteção de dados no ambiente digital. Em um mundo cada vez mais dependente da tecnologia e da inteligência artificial, a segurança cibernética se torna um pilar fundamental para a proteção de informações pessoais e corporativas.
A Cibersegurança como Prioridade
Andrea Mottola, advogada especialista em Direito do Consumidor e Direito Digital, ressalta que a cibersegurança não deve ser uma preocupação exclusiva de grandes empresas. Afinal, ela se aplica a todos que estão presentes na internet e armazenam dados de terceiros. A especialista levanta questionamentos importantes sobre como, mesmo com tantos avanços tecnológicos, vazamentos como o do Gmail ainda ocorrem.
Será que faltou tecnologia? É excesso de tecnologia? Ou o problema está em outro lugar? Talvez o problema não esteja na tecnologia em si, mas na forma como lidamos com ela.
— Andrea Mottola, advogada especialista em Direito do Consumidor e Direito Digital
A LGPD como Escudo Protetor
A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) surge como um escudo entre o avanço tecnológico e o uso irresponsável da informação. Seu artigo 46 determina que as empresas adotem medidas de segurança para proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações ilícitas.
Dessa forma, em caso de vazamento, a LGPD exige que a empresa notifique a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e os titulares afetados, explicando o ocorrido e as medidas que estão sendo tomadas. O não cumprimento dessa etapa pode acarretar sanções severas.
Direitos dos Titulares de Dados
Apesar da sensação de impotência diante do controle que as grandes plataformas exercem sobre nossos dados, a LGPD garante direitos claros aos titulares, como:
- Saber se uma empresa trata seus dados e para qual finalidade;
- Solicitar a exclusão ou correção dessas informações;
- Exigir reparação por danos morais e materiais em caso de vazamento.
O Papel de Cada um na Segurança Digital
Além das medidas legais e corporativas, cada indivíduo tem um papel fundamental na própria segurança digital. Trocar senhas frequentemente, utilizar autenticação em dois fatores e desconfiar de e-mails e links suspeitos são ações simples que podem fazer a diferença.
Cultura de Segurança e Conscientização
Quando se fala em cibersegurança, muitos pensam em antivírus e sistemas complexos. No entanto, a segurança digital começa na cultura da empresa e no comportamento das pessoas. De nada adianta investir em tecnologia de ponta se os colaboradores não estiverem conscientes dos riscos e ক্লিকarem em links maliciosos.
A adequação à LGPD vai além da formalidade documental. Trata-se de um processo de conscientização e de mudança de mentalidade. Empresas que priorizam a proteção de dados não estão apenas cumprindo a lei, mas também preservando sua reputação e a relação de confiança com seus clientes.
A Cibersegurança como Questão Estratégica
Em um cenário onde a inteligência artificial se torna cada vez mais presente e os ataques cibernéticos se tornam mais sofisticados, a cibersegurança se torna uma questão jurídica, estratégica e humana. O caso do Gmail serve como um alerta de que os dados são a nova riqueza digital, e proteger informações é proteger pessoas e seu patrimônio.
Para enfrentar os desafios da era digital, muitas empresas têm buscado assessoria jurídica especializada em LGPD e investido em práticas de segurança, demonstrando respeito e valorizando a confiança, um dos ativos mais importantes do mundo digital.






