O planejamento de marketing de influência para 2026 deve começar com a mensuração precisa dos resultados de 2025. Essa é a principal reflexão trazida por Miriam Shirley, presidente da BrandLovers, em seu artigo recente. Segundo a especialista, o marketing de influência precisa ser integrado aos planos de mídia com método, consistência e mensuração, em vez de ser tratado como uma ação tática isolada.
A importância da mensuração no marketing de influência
De acordo com um estudo do eMarketer, 32% dos CMOs apontam a dificuldade em mensurar resultados como a principal barreira para aumentar os investimentos em marketing de influência. Além disso, a questão não é apenas provar o valor da influência, mas construir sistemas de avaliação consistentes que a sustentem.
Marketing de influência não é a cereja do bolo de um plano de mídia integrado — ele é parte essencial da estratégia de marca e de negócios.
— Miriam Shirley, presidente da BrandLovers
Para Miriam, influência não deve ser tratada como uma peça complementar, mas como uma disciplina que exige método, consistência e mensuração. Assim como medimos ROAS, alcance, frequência e conversão em mídia paga, o marketing de influência também oferece um universo de dados que já está à disposição das marcas.
Por onde começar o planejamento?
A especialista sugere que se deixe de lado o número de seguidores e a afinidade subjetiva com o criador. Em vez disso, ela recomenda analisar os seguintes pontos:
Formatos que performaram melhor em 2025
Cada plataforma tem sua própria dinâmica, que muda rapidamente. Dados da BrandLovers mostram que criadores que publicam com frequência e utilizam formatos nativos, como Reels e TikToks, alcançam até 15% mais visualizações por conteúdo. Entender o que funciona para o público de cada categoria é crucial.
Faixas de seguidores que entregam mais resultado
No marketing de influência, o tamanho do público não garante efetividade. Perfis entre 20 mil e 100 mil seguidores apresentam o melhor equilíbrio entre alcance e engajamento, com custo por visualização 20% menor que a média e taxas de interação em torno de 12%. Esse grupo responde por mais de um terço das recontratações.
Horário de postagem e de visualização
Há um descompasso entre os horários de publicação das marcas e os de consumo do público. O pico de visualizações ocorre entre 12h e 15h, com um ganho médio de +30% nas visualizações. Ajustar a grade de publicações a esse comportamento pode gerar milhões de visualizações adicionais sem aumento de investimento.
Combinação entre faixa etária, frequência de publicação e objetivo da campanha
Criadores entre 18 e 24 anos têm maior potencial de alcance, especialmente com alta frequência de publicação. Já os entre 25 e 34 anos apresentam as melhores taxas de engajamento. Por isso, é fundamental alinhar o perfil do criador ao objetivo da ação.
Frequência da parceria
A continuidade é um dado de performance relevante. Criadores que já participaram de campanhas anteriores registram 54% mais visualizações por seguidor e um CPV 9% menor nas ativações seguintes. Recontratar é aproveitar o aprendizado acumulado e fortalecer a relação entre marca, criador e audiência.
Mensuração como ferramenta de gestão
Planejar com base em dados não elimina o fator humano do processo criativo, mas oferece um mapa mais preciso e estratégico. A mensuração deve ser parte da arquitetura do planejamento, permitindo corrigir rumos durante a campanha. Marcas que a utilizam como ferramenta de gestão constroem aprendizados mais sólidos e resultados sustentáveis.
Mensuração não é uma etapa pós-campanha, mas parte da própria arquitetura do planejamento.
— Miriam Shirley, presidente da BrandLovers
Em conclusão, o avanço do setor depende da capacidade de colher os dados certos e interpretar o presente com inteligência, utilizando as ferramentas disponíveis de forma eficaz.
