Em um cenário de fragmentação partidária, o surgimento do Partido Missão, liderado por Renan Santos, reacende o debate sobre o espaço das novas legendas na política nacional. Para o cientista político Elias Tavares, o Partido Missão chega com uma proposta diferenciada e atrai a atenção de estrategistas eleitorais.
Partido Missão: uma nova direita?
“O Brasil já convive com um sistema saturado de partidos. Nesse contexto, o Missão tenta se posicionar como uma direita de nova geração: que se coloca contra o governo, mas também não se submete ao bolsonarismo”, analisa Tavares.
A sigla já conta com representação na Câmara dos Deputados e em São Paulo, o que, segundo ele, demonstra “lastro institucional acima da média para uma legenda nascente”. No entanto, o cientista político pondera que a nacionalização da sigla será um desafio complexo no curto prazo.
Eleições em São Paulo: o teste de fogo
Tavares destaca que o verdadeiro teste de força será a candidatura de Renan Santos à Prefeitura de São Paulo. Algumas pesquisas já indicam um percentual de intenções de voto em torno de 5% para Renan Santos, o que demonstra coesão, segundo o cientista.
“Eles não chegam para vencer o campeonato agora, mas têm potencial para definir o placar nos mata-matas. Podem ser decisivos no segundo turno”, afirma Tavares.
Foco no eleitorado urbano e digital
O especialista ressalta que a estratégia do Missão busca diálogo com o eleitor urbano, digital e avesso às estruturas tradicionais — um público que renova o perfil político do país. Além disso, o partido busca firmar-se como um polo relevante.
Se conseguirem provar que não são apenas mais uma sigla de fundo eleitoral, podem se tornar um polo relevante dessa nova direita que está tentando se reorganizar.
— Elias Tavares, cientista político





