A Start Carreiras anunciou sua transformação em Vetto, marcando uma nova fase. A empresa está abandonando o modelo centrado em programas de estágio para operar como uma plataforma que conecta pesquisadores e especialistas do Brasil e da América Latina a projetos globais de Inteligência Artificial. O trabalho é remoto e a remuneração é feita por projeto, em áreas como curadoria de dados, avaliação de modelos e segurança de IA.
Investimentos em IA impulsionam a mudança
Essa transformação ocorre em um momento de investimentos acelerados em Inteligência Artificial, o que ampliou a necessidade de dados qualificados e avaliação humana independente para treinar e validar modelos avançados. Estimativas do setor indicam que o mercado global de serviços humanos para IA pode chegar a US$ 20 bilhões por ano até o fim da década. Nesse contexto, países emergentes com forte base acadêmica ganham espaço como provedores de conhecimento técnico.
Nos últimos anos, a Start construiu uma das maiores redes acadêmicas da região, com mais de 1 milhão de universitários, 50 mil pós-graduados e 10 mil docentes. Essa base será direcionada para projetos técnicos ligados ao avanço de modelos de IA, em um momento em que a economia digital amplia a demanda por especialistas capazes de atuar em processos de alinhamento humano, auditoria de respostas, identificação de riscos e red-teaming.
Oportunidades e valorização do talento brasileiro
Segundo José André, fundador e CEO da Vetto, “estamos vivendo uma das maiores revoluções tecnológicas da história. A Inteligência Artificial vai transformar o mercado de trabalho, mas não é motivo de medo. Na Vetto, acreditamos que a IA não substitui pessoas, ela cria novas oportunidades e funções, onde pensamento crítico, ciência e contexto ganham ainda mais valor. Nosso propósito é preparar e conectar talentos para que sejam protagonistas dessa transformação”.
A Inteligência Artificial vai transformar o mercado de trabalho, mas não é motivo de medo. A IA não substitui pessoas, ela cria novas oportunidades e funções, onde pensamento crítico, ciência e contexto ganham ainda mais valor.
— José André, fundador e CEO da Vetto
De acordo com a empresa, os profissionais selecionados recebem convites para projetos com faixas transparentes e modelo autônomo, com pagamentos que podem chegar a R$ 600 por hora em atividades especializadas. A Vetto atua como ponte entre especialistas e os mais relevantes laboratórios de inteligência artificial do mundo e grandes empresas de tecnologia, oferecendo onboarding técnico, avaliação de competências e múltiplas camadas de controle de qualidade para garantir consistência e rigor, sem estabelecer vínculo empregatício local.
Expansão e nova liderança
A mudança também acompanha a chegada de Roberta Antunes, ex-Hashdex, como cofundadora, responsável por go-to-market e expansão da operação nos Estados Unidos. Roberta, que atuou na liderança de crescimento da Hashdex e tem passagem pelo Vale do Silício, passa a conduzir a inserção da Vetto no ecossistema global de IA.
A chegada de Roberta reforça a ambição da nova fase. Para ela, “o Brasil forma cientistas e pesquisadores em escala, mas ainda captura pouco valor no ciclo global de tecnologia. A IA abriu uma fronteira em que conhecimento científico e senso crítico se tornam ativos econômicos. A Vetto nasce para conectar essa capacidade ao centro do desenvolvimento tecnológico mundial”.
O Brasil forma cientistas e pesquisadores em escala, mas ainda captura pouco valor no ciclo global de tecnologia. A IA abriu uma fronteira em que conhecimento científico e senso crítico se tornam ativos econômicos. A Vetto nasce para conectar essa capacidade ao centro do desenvolvimento tecnológico mundial.
— Roberta Antunes, cofundadora da Vetto
Nos últimos anos, empresas especializadas em treinamento e avaliação de modelos de IA nos Estados Unidos e na Europa apareceram entre as que mais cresceram em receita no setor de tecnologia, impulsionadas pela corrida global para desenvolver sistemas mais precisos, seguros e úteis. Essa transformação abre uma janela estratégica para a América Latina: existe uma base científica robusta, com pesquisadores altamente qualificados, mas ainda pouco conectados a projetos comerciais de impacto global. Ao aproximar esse talento da fronteira prática da IA, a região tem chance real de converter capital intelectual em valor econômico.
Segundo Ricardo Scarpari, cofundador da Vetto, “o ciclo de inovação atual depende do encontro entre tecnologia e capital intelectual. O Brasil e a América Latina têm densidade acadêmica para ocupar esse espaço. A inteligência humana segue no centro do avanço da IA, e nossa missão é conectá-la a programas de alto impacto”.






