Um novo relatório da Schneider Electric aponta que a eletrificação pode gerar uma economia de 250 bilhões de euros por ano para a Europa até 2040. Atualmente, a União Europeia (UE) gasta 380 bilhões de euros anualmente em importações de energia, com quase 60% de seu suprimento vindo do exterior.
Eletrificação como solução para o trilema energético
O relatório “Segurança e competitividade energética da Europa – acelerando a eletrificação” revela que a Europa poderia economizar essa quantia significativa com a conversão para a eletrificação. O estudo observa que o ritmo desse processo varia entre os países europeus devido a diferenças em infraestrutura, políticas públicas e adoção pelos consumidores.
Algumas nações, como as nórdicas, avançaram consideravelmente em setores como transporte e edificações, enquanto outras estão começando a escalar seus esforços. Países do sul da Europa tendem a apresentar maiores taxas de eletrificação em edifícios, enquanto a Europa Ocidental e a Central têm aumentado os investimentos em eletrificação industrial e iniciativas de prosumidores. Para manter sua competitividade global, o continente precisa acelerar o progresso para um modelo mais eletrificado.
Alavancas políticas para impulsionar a eletrificação
O relatório identifica várias alavancas políticas cruciais. Em primeiro lugar, os formuladores de políticas devem reduzir a diferença de preço entre eletricidade e gás natural, eliminando subsídios a combustíveis fósseis e reformando a tributação energética para incentivar o uso de energia limpa.
A aceleração do financiamento é crucial, incluindo a simplificação do acesso a investimentos, a oferta de incentivos direcionados (especialmente para pequenas e médias empresas) e a alocação das receitas do mercado de carbono e de fundos de inovação para projetos de descarbonização.
Mercados locais e desenvolvimento sustentável
O relatório também destaca a importância de criar mercados locais robustos, o que inclui tornar obrigatória a eletrificação em novos edifícios e processos industriais, apoiar a rápida adoção de bombas de calor e veículos elétricos e incentivar programas de prosumidores.
Por fim, fomentar o desenvolvimento local por meio de compras públicas sustentáveis, dinamizar processos de padronização e priorizar o apoio à inovação e à manufatura europeia garantirá que os ganhos econômicos e de emprego da eletrificação sejam distribuídos em todo o continente.
Esta pesquisa é uma das análises mais abrangentes já realizadas sobre o potencial de eletrificação da Europa e as ações de política necessárias para concretizá-la. Ela reforça que o movimento é essencial não apenas para atingir nossas metas climáticas, mas também para impulsionar o crescimento econômico, a independência energética e a competitividade industrial.
— Laurent Bataille, vice-presidente Executivo de Operações Europeias da Schneider Electric
Além disso, o estudo aponta que a aceleração das iniciativas de eletrificação e de “prosumidores” (consumidores que também produzem energia) pode gerar até 1 milhão de novos empregos em indústrias locais. Outro ponto importante é o potencial de energia solar em telhados na UE, estimado em mais de 1.000 GW – dez vezes a capacidade instalada atual.






