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Fortnite: Jogo destaca cultura e resistência indígena na Amazônia

Fortnite: Jogo destaca cultura e resistência indígena na Amazônia

A Salve Games, em colaboração com o Instituto Feira Preta e o apoio da Abrinjor (Articulação Brasileira de Indígenas Jornalistas) e do Coletivo Indígena Rendáwa Murukutu Tupinambá, lança o jogo Murukutu – A floresta Corpo-território. A iniciativa une tecnologia, ancestralidade e preservação ambiental, com lançamento previsto para a COP30, em 13 de novembro, na Casa Psica, Belém (PA).

Uma experiência imersiva na Amazônia

Disponível na plataforma Fortnite, Murukutu oferece uma experiência imersiva e educativa, guiada pela coruja Murukututu. A narrativa é construída a partir de múltiplas trajetórias indígenas, garantindo autenticidade e representatividade cultural. O jogo convida o público a se conectar com a história e a resistência dos povos indígenas da Amazônia.

Desenvolvemos uma experiência online imersiva que se move entre o sonho e a memória ancestral. Guiado pela coruja Murukututu, o jogador percorre conexões entre o passado e o presente da resistência indígena.

— Ricardo Bonfim, Salve Games

Consultoria indígena e narrativa autêntica

O desenvolvimento do jogo ocorreu no âmbito do Bioma, iniciativa do Instituto Feira Preta com patrocínio da Ford Foundation, focada em comunicação ancestral, territorial e regenerativa. A Abrinjor forneceu consultoria para o roteiro, em cocriação com lideranças indígenas, como ngelo Madson Tupinambá.

Nossa luta é afirmação de identidade, com unidade de ação em comunidade pela partilha dos princípios, laços históricos, culturais e de organização sócio-política. Ancestralidade e contemporaneidade existindo no tempo presente para reafirmar a luta indígena viva no espaço urbano na Amazônia.

— ngelo Madson Tupinambá, liderança indígena

Marcos históricos e desafios contemporâneos

No decorrer do jogo, a coruja Murukutu guia o jogador por diferentes marcos históricos de resistência indígena no Brasil, desde o passado até os dias atuais. O público é convidado a participar de atividades como pesca, coleta de açaí, reflorestamento e defesa do território contra invasores. Além disso, o jogo promove reflexões sobre preservação ambiental, direitos indígenas e o futuro sustentável da Amazônia.

Ao longo da experiência, o jogador vivencia episódios históricos de resistência, como o Levante Tupinambá e a Revolta dos Cabanos, até desafios contemporâneos, como a demarcação de terras e o combate ao garimpo ilegal.

Atmosfera sensorial e personagens inspirados

A vegetação e os sons da Amazônia contribuem para criar uma atmosfera sensorial profunda no jogo. A trilha sonora, com canções da floresta interpretadas por Magda Pucci, do grupo Mawaca, amplia a imersão. O universo do jogo é habitado por personagens inspirados em figuras históricas e lendárias, como Morobixaba Guamyaba Tupinambá e Matiî-taperê (Matinta Pereira).

O Murukutu Tupinambá é corpo-território declarado extinto, evocando o prenúncio do despertar da consciência individual à nossa condição de pertencimento étnico e classe social. Luta contemporânea, alicerçada em séculos de memória e identidade cultural. É grito de resistência ecoando para romper o silenciamento secular dos povos.

— ngelo Madson Tupinambá, liderança indígena

Tecnologia social e transformação cultural

O projeto reforça o compromisso do Instituto Feira Preta com a inovação e o fortalecimento de narrativas diversas nas indústrias criativas. De acordo com Adriana Barbosa, fundadora do Instituto Feira Preta, este projeto reafirma o poder da tecnologia social como ferramenta de transformação cultural e ambiental.

Ao conectar ancestralidade e inovação, queremos mostrar que o futuro também é feito das vozes e saberes dos povos originários.

— Adriana Barbosa, fundadora do Instituto Feira Preta

O lançamento do jogo Murukutu – A floresta Corpo-território incluirá um diálogo com a experiência em realidade virtual Kamukuwaká, o chamado da floresta, convidando o público a refletir sobre o uso de artes digitais imersivas a serviço das visões de mundo que emanam da Amazônia.

A programação contará com uma roda de conversa com Mel Santos, coordenadora do Bioma Comunicação Ancestral, projeto do Instituto Feira Preta apoiado pela Ford Foundation.

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