Durante a COP30, em Belém, será lançada uma pesquisa inédita que identifica tecnologias ancestrais de comunidades quilombolas em todo o Brasil. O estudo, realizado pelo Instituto Sumaúma, visa mapear, documentar e compartilhar práticas culturais e comunicacionais desenvolvidas em diferentes territórios quilombolas.
Mapeamento da cultura quilombola e justiça climática
Intitulada “Corpos-territórios quilombolas e o fio conectado da ancestralidade: entre as agendas de justiça climática e as práticas culturais e comunicacionais”, a pesquisa vai além de um diagnóstico quantitativo. A análise foi construída em diálogo direto com lideranças quilombolas de todo o Brasil, por meio de entrevistas aprofundadas e grupos focais.
Para Taís Oliveira, diretora do Instituto Sumaúma, o lançamento na COP30 é uma intervenção política para corrigir uma falha grave nas negociações climáticas. Além disso, ela explica:
A conta simplesmente não fecha. As comunidades que mais sofrem com os impactos das mudanças climáticas são justamente as que detêm saberes ancestrais e tecnologias sociais para adaptações, mas suas soluções são invisibilizadas. Com esses dados, nossa proposta é pautar diretamente a criação e o fortalecimento de políticas públicas voltadas para justiça climática, e fortalecer o ecossistema de suporte destas comunidades.
— Taís Oliveira, diretora do Instituto Sumaúma
Compreensão dos hábitos culturais quilombolas
Juliane Sousa, quilombola, jornalista e pesquisadora, atuou como consultora convidada na pesquisa. Ela explica que os hábitos culturais e comunicacionais dos povos quilombolas ainda são pouco compreendidos. Nesse sentido, Juliane afirma:
Ainda existe uma imagem equivocada e até estereotipada de que os quilombolas vivem isolados, e essa não é a realidade. Assim como outras populações, nós também temos acesso à internet, frequentamos faculdade e levamos uma vida como qualquer outra. A diferença está na nossa relação com a natureza, que vem de nossas heranças ancestrais e se baseia no cuidado com todas as formas de vida. Para nós, nada disso é novo, é só a maneira como vivemos.
— Juliane Sousa, quilombola, jornalista e pesquisadora
Serviço:
Pré-lançamento da pesquisa “Corpos-territórios quilombolas e o fio conectado da ancestralidade: entre as agendas de justiça climática e as práticas culturais e comunicacionais”
- Data: 12 de novembro de 2025
- Horário: das 10h às 12h
- Local: Rua Cônego Jerônimo Pimentel, 315, Umarizal. Belém/PA – Casa das ONGs
Lançamento da pesquisa: “Corpos-territórios quilombolas e o fio conectado da ancestralidade: entre as agendas de justiça climática e as práticas culturais e comunicacionais”
- Data: 13 de novembro
- Horário: a partir das 08h
- Local: Passagem Paulo VI, 244 – Cremação. Belém/PA – Cedenpa






