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Neurociência explica como o cérebro reage ao feedback no trabalho

Cérebro reagindo ao feedback no trabalho

No ambiente corporativo, o feedback se tornou essencial para o desenvolvimento humano. No entanto, muitos reagem de forma defensiva a avaliações. A neurocientista Carol Garrafa explica que entender como o cérebro interpreta o retorno é fundamental para transformar o feedback em aprendizado e o feedforward em ação construtiva.

Afinal, o que é feedback?

Originalmente, o termo surgiu na engenharia, ligado a sistemas de controle. Peter Drucker define feedback como um “espelho do desempenho”, permitindo ajustes e aprimoramentos.

Mais do que um retorno sobre o que foi feito, o feedback é uma oportunidade de aprendizado. Ele ajuda o cérebro a perceber padrões, compreender consequências e ajustar comportamentos — Carol Garrafa, especialista em desenvolvimento de líderes e CEO da Santé

Além disso, o feedforward, evolução do feedback, foca no futuro, indicando caminhos para aprimoramento. Em vez de revisitar erros, busca projetar o que pode ser feito de forma aprimorada.

Enquanto o feedback ajuda a entender o que funcionou ou não, o feedforward convida a mente a projetar o que pode ser feito de forma aprimorada a partir de agora. É uma forma mais construtiva e estimulante de aprender — Carol Garrafa, especialista em desenvolvimento de líderes e CEO da Santé

Como o cérebro aprende com o feedback?

Ao receber um retorno, o cérebro processa emoções, memória e aprendizado. Carol Garrafa explica que, diante de uma crítica, o cérebro aciona a amígdala, interpretando a situação como ameaça. Isso explica a resistência de muitas pessoas.

No entanto, o cerebelo, ligado à coordenação e ao aprendizado por tentativa e erro, desempenha um papel crucial. Ele compara o resultado esperado com o obtido, promovendo correções. Este é o mesmo mecanismo usado ao aprender novas habilidades.

A importância da segurança psicológica

Quando o feedback é dado em um ambiente de segurança, o cérebro interpreta a experiência como aprendizado, e não como ameaça, como explica Carol Garrafa. É nesse momento que ocorre o verdadeiro crescimento. A especialista conclui que não existe evolução sem aprendizado e não existe aprendizado sem tentativa e erro.

O papel das lideranças nas empresas

Nas organizações, compreender essa dinâmica cerebral transforma a cultura de avaliação e desenvolvimento. Líderes que entendem como o cérebro reage ao feedback conseguem criar conversas mais produtivas e empáticas.

O cérebro aprende mais quando se sente encorajado do que quando se sente julgado. Quando líderes compreendem isso, deixam de ver o feedback como crítica e passam a enxergá-lo como uma oportunidade de evolução conjunta — Carol Garrafa, especialista em desenvolvimento de líderes e CEO da Santé

Além disso, investir em treinamentos voltados ao feedback inteligente e ao feedforward é uma forma eficaz de fortalecer o aprendizado contínuo e o engajamento nas empresas.

Sobre Carol Garrafa:

Carol Garrafa é engenheira, neurocientista e possui MBA em Finanças, além de MBA na EM Lyon (França). É idealizadora do Método Santé e autora do livro “People Skills: uma vida de propósito”. Atua como palestrante e conselheira de empresas, focando em estratégia e people skills para potencializar resultados. Anteriormente, construiu carreira no mercado financeiro em instituições como Itaú Unibanco e Coca-Cola.

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