O avanço da transformação digital no Brasil trouxe um alerta sobre a crescente vulnerabilidade diante das ameaças cibernéticas. Em 2025, o Brasil foi alvo de 314,8 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no primeiro semestre, representando 84% de todas as tentativas registradas na América Latina e no Canadá no mesmo período, segundo levantamento da SPP Digital Monitoring Society (SPPDMS).
Ademais, um relatório da Check Point Research revelou que os ataques de engenharia social, como golpes via e-mail e aplicativos de mensagem, cresceram 21% no segundo trimestre de 2025 no Brasil. O estudo aponta que a falta de preparo dos usuários para identificar ameaças continua sendo o principal fator de sucesso dessas invasões, representando o elo mais vulnerável da cadeia de segurança digital.
A importância da educação digital
O cenário evidencia que a formação em segurança digital não acompanha a velocidade do avanço tecnológico. Uma pesquisa da Beephish indica que apenas 30,6% das empresas brasileiras possuem políticas formais de gestão de consequências em caso de incidentes. Enquanto a inovação tecnológica avança rapidamente, a capacitação humana caminha em ritmo mais lento, mantendo o país vulnerável frente às ameaças digitais.
Para Rafael Dantas, Head de Segurança Cibernética na TLD, educar digitalmente a população é o primeiro passo para reduzir riscos e fortalecer a resiliência nacional. “Ferramentas fortalecem sistemas. Pessoas fortalecem organizações. A verdadeira segurança nasce quando cada indivíduo entende o risco, protege a informação e age com consciência e ética no ambiente digital”, afirma.
Estratégia Nacional de Cibersegurança
A importância do tema se reflete nas políticas públicas. A nova Estratégia Nacional de Cibersegurança (E-Ciber 2025), instituída pelo Decreto nº 12.573/2025, estabelece a educação como eixo central das ações de proteção digital, com foco em desenvolver competências técnicas e comportamentais desde a administração pública até a sociedade civil.
Educação digital vai muito além de saber usar a internet com segurança. É sobre criar consciência digital, entender direitos, privacidade, golpes e desinformação. Assim como aprendemos sobre trânsito e cidadania, precisamos aprender a viver de forma segura no ambiente virtual.
— Rafael Dantas, Head de Segurança Cibernética na TLD
A discussão também avança no campo social e jurídico. O PL 2.628/2022, aprovado em agosto deste ano, cria diretrizes para a proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais, incentivando campanhas educativas e parcerias público-privadas que levem o tema da cibersegurança para dentro das famílias e das redes sociais.
“A educação digital é o novo alfabetismo do século XXI. Ensinar segurança é ensinar responsabilidade e esse é o caminho para um futuro tecnológico mais humano e seguro”, conclui Dantas.






