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Brasil X EUA: Qual o melhor lugar para abrir sua empresa?

Bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos lado a lado

A decisão entre manter a operação no Brasil ou abrir uma empresa nos Estados Unidos tem ganhado força nos planos de expansão para 2026. No Brasil, o tempo médio para registro é de 18 horas, com 76% das empresas sendo registradas em menos de um dia, conforme o Mapa de Empresas. Já nos EUA, os custos variam conforme o estado: na Flórida, a criação de uma LLC custa US$ 125, com uma taxa anual de US$ 138,75, segundo o Florida Department of State. Em Delaware, a taxa anual é de US$ 300, de acordo com o Delaware Division of Corporations.

Burocracia e custos iniciais: Brasil versus EUA

O Brasil conseguiu reduzir o tempo médio de abertura de empresas para menos de um dia com a digitalização e a integração promovida pela Redesim, segundo o Boletim do 1º Quadrimestre de 2025 do Mapa de Empresas. Nos EUA, a velocidade depende do estado e do serviço contratado. Alguns processamentos considerados “expedited” podem ocorrer no mesmo dia. O desembolso inicial, no entanto, é previsível e baixo em jurisdições populares como Flórida e Delaware.

Para quem precisa de velocidade com previsibilidade, esses estados equilibram custo de abertura, clareza regulatória e acesso bancário. No Brasil, o avanço em prazos é real, mas licenças setoriais e obrigações acessórias ainda demandam planejamento.

— Fernanda Spanner, CEO da Spanner Consulting Group

Carga tributária: onde os impostos pesam menos?

A alíquota nominal brasileira sobre o lucro corporativo é de 34% (IRPJ + CSLL). Nos Estados Unidos, a tributação federal é de 21%, somada a impostos estaduais, resultando em uma carga menor, segundo o Corporate Tax Statistics 2024 da OCDE. Contudo, a escolha do modelo fiscal faz toda a diferença.

Mais importante que a alíquota é o modelo fiscal. LLCs possuem transparência tributária e apuração simplificada, enquanto corporações podem sofrer dupla tributação. No Brasil, regimes como o Simples e o presumido aliviam custos, mas o excesso de obrigações ainda pesa na operação.

— Fernanda Spanner, CEO da Spanner Consulting Group

Financiamento e acesso a crédito: qual mercado é mais favorável?

O mercado americano oferece maior profundidade financeira. Dados do Federal Reserve mostram que o crédito ao setor privado equivale a 142% do PIB, contra 75,8% no Brasil, segundo o Banco Mundial. Portanto, empresas que necessitam de muito capital podem encontrar nos EUA um ambiente mais interessante.

Empresas intensivas em capital encontram nos EUA um ecossistema mais robusto. Já negócios com boa geração de caixa e incentivos locais podem sustentar crescimento no país com custos competitivos.

— Fernanda Spanner, CEO da Spanner Consulting Group

Segurança jurídica e ambiente regulatório: qual país oferece mais garantias?

No Índice de Estado de Direito 2024 do World Justice Project, os Estados Unidos ocupam a 26ª posição entre 142 países, enquanto o Brasil está na 80ª posição. Essa diferença demonstra a importância da segurança jurídica na avaliação de risco e na valorização das empresas.

Segurança jurídica e previsibilidade são fatores centrais na avaliação de risco e na valorização das empresas.

— Fernanda Spanner, CEO da Spanner Consulting Group

Quanto custa começar?

Brasil

Taxas públicas variam por estado e município. O tempo médio de abertura é entre 18 e 21 horas, segundo o Mapa de Empresas, mas licenças setoriais podem estender prazos e custos de implantação.

EUA

Flórida: US$ 125 de abertura + relatório anual (US$ 138,75), conforme o Sunbiz Portal.
Delaware: taxa de franquia anual de US$ 300 e custos de constituição variáveis, segundo o Delaware Division of Corporations.

Quando vale a pena internacionalizar?

De acordo com Fernanda Spanner, três situações justificam a abertura de empresa nos EUA: faturamento expressivo em dólar ou cliente-âncora no país; exigência de investidores internacionais; e proteção patrimonial com separação de riscos.

Roteiro decisório para 2026

  1. Mapear receitas e identificar onde há operação em dólar.
  2. Simular cenários fiscais entre LLC, corp. e regimes brasileiros.
  3. Precificar custos de compliance, seguros e licenças.
  4. Avaliar linhas de crédito e custo de capital.
  5. Padronizar contratos e acordos societários conforme a jurisdição.

Spanner conclui que empresas com atuação internacional encontram nos EUA um ambiente mais previsível e crédito acessível. No entanto, o Brasil avança em prazos e regimes tributários. Por fim, a especialista faz um alerta importante:

O destino ideal é o que reduz custo e risco. Internacionalizar por status é um erro: a decisão deve considerar receita em moeda forte, governança e conformidade regulatória.

— Fernanda Spanner, CEO da Spanner Consulting Group

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