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Antropofagia e marcas: como devorar cultura para criar identidade

Antropofagia e marcas: como devorar cultura para criar identidade

Durante a Semana de Arte Moderna de 1922, artistas e intelectuais desafiaram a visão europeia e propuseram uma nova forma de olhar para o Brasil. Oswald de Andrade formulou o conceito de Antropofagia, um gesto simbólico de digestão criativa.

Afinal, o que é antropofagia?

A ideia era devorar o que vem de fora, misturar com o que é nosso e devolver algo novo, genuinamente brasileiro. Um século depois, esse movimento ressurge como metáfora para o branding contemporâneo.

Assim como os modernistas, as marcas que sobrevivem ao tempo são as que absorvem o mundo, com o instinto de devorar para evoluir. Elas incorporam comportamentos, linguagens, gestos e transformações sociais, criando cultura. Marcas vivas não copiam tendências, mas as digerem e reinterpretam.

O ato de devorar o comportamento humano

A antropofagia no branding é o ato de devorar o comportamento humano para tornar-se mais humana. É entender que o público não quer apenas consumir produtos, mas se ver refletido neles. A marca deixa de ser uma estrutura visual para se tornar uma narrativa de pertencimento.

Foi a partir dessa compreensão que nasceu o Código de Identidade, metodologia com alto índice de acerto na entrega de projetos. Inspirado na Antropofagia, o Código propõe mergulhar na origem emocional e cultural das marcas, entendendo o que move seus líderes, o que pulsa no público e o que a marca simboliza na vida das pessoas.

Como aplicar o conceito no dia a dia das marcas?

O processo revela a alma simbólica da empresa, traduzindo-a em storytelling, estética, propósito e comportamento. As marcas deixam de ser ferramentas de venda e passam a ser instrumentos de conexão e inspiração.

Da Semana de 22 à sala de reunião, da ousadia modernista à estratégia de branding, o espírito é o mesmo: devorar para reinventar. Assim como Oswald, Tarsila e Mário de Andrade transformaram influências estrangeiras em arte brasileira, as marcas precisam transformar insights, dados e tendências em identidade própria.

As marcas precisam inspirar seus colaboradores, clientes e parceiros a fazerem parte de uma cultura viva, que respira, muda e deixa legado. Por isso, existem marcas que inspiram por toda a vida.

A verdadeira beleza das marcas não está em sua logomarca ou campanha, mas em sua capacidade de se tornar memória afetiva. São brands que participam da história das pessoas, que evoluem com elas, que as fazem sentir orgulho de pertencer. As marcas antropofágicas são assim: devoram o mundo, mas devolvem humanidade.

Na essência, a antropofagia é um gesto de amor pelo que o outro traz, pelo que o mundo oferece. É a arte de transformar influência em essência. É exatamente isso que faz o Código de Identidade ser um processo tão potente, pois permite que cada marca descubra sua própria beleza funcional, nascida da mistura entre o que é seu e o que é do mundo. As marcas mais humanas não têm medo de devorar, elas têm coragem de se reinventar.

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