Quando se fala em automação, é comum pensar em substituição de empregos. No entanto, o que muda é o papel das pessoas, segundo Marcelo Velluto, Gestor de Tecnologia do Grupo EASE.
Reconfiguração, não eliminação
Um estudo recente da Indeed analisou 2.900 habilidades profissionais e concluiu que 54% das funções passarão por mudanças moderadas, com requalificação e adoção gradual de tecnologia. Apenas 0,7% das habilidades têm probabilidade real de substituição completa.
Além disso, 46% estão em transformação híbrida, em que a IA executa a parte mecânica, mas o julgamento humano segue essencial. Em outras palavras, o cenário é de reconfiguração, não de eliminação.
Exemplo prático em shopping centers
Em shopping centers, por exemplo, antes havia pessoas digitando cadastros e conciliando informações entre sistemas. Com a integração dos módulos e a automação do fluxo, esse profissional deixa de ser operacional e passa a ser estratégico.
Em vez de reescrever o mesmo dado em três lugares, ele passa a entender o impacto que terá em todas as frentes, como financeiro, faturamento e contabilidade.
A importância da nuvem
Velluto relata que participou de algumas viradas importantes, como a integração de sistemas e a migração para a nuvem. Ele lembra da resistência inicial à nuvem, mas hoje ela é vista como um ambiente seguro para a operação, com backups automáticos, trilhas de auditoria e atualizações centralizadas.
A tecnologia amadureceu e, junto com ela, a percepção do que é segurança no mundo real. — Marcelo Velluto, Gestor de Tecnologia do Grupo EASE
Resistência e valor da automação
Essa mudança não acontece sem resistência, pois mexe com a zona de conforto da equipe. No entanto, a adoção melhora quando a automação mostra valor logo no primeiro mês.
Um exemplo é o sistema que projeta o faturamento de cada contrato até o fim da vigência, com correções automáticas, alimentando o provisionamento do fluxo de caixa sem planilhas paralelas.
Na prática, atividades que eram 100% manuais passaram a levar uma fração do tempo, com ganhos próximos de 80% em processos que antes exigiam retrabalho diário. Esse resultado vem da automação proporcionada pelo ERP E.net, que integra contratos, financeiro e cobrança em um único fluxo.
Benefícios da operação em nuvem
Com a operação em nuvem, a infraestrutura escala quando precisa, o monitoramento roda em tempo real e a disponibilidade é contínua. Do ponto de vista de gestão, as informações críticas estão acessíveis quando o negócio pede.
Automação exige governança de dados
A automação exige desenho de processo e governança do dado. Cada informação precisa nascer correta para percorrer a cadeia toda sem correções manuais. Quando isso acontece, os relatórios viram um reflexo fiel do que está acontecendo no empreendimento.
O benefício humano é direto: menos tempo conferindo divergências, mais tempo discutindo alternativas, renegociar um contrato, ajustar a política de descontos, repensar a localização de uma marca no mall.
Ondas de mudança e preparação
Mudanças complexas sempre acontecem em ondas. A melhor preparação que uma operação pode ter é já trabalhar de forma digital e integrada: parametrizar regras, testar em ambiente controlado, treinar usuários e migrar por etapas.
Produtividade e carreira
Quando a tecnologia assume o repetitivo, o profissional precisa de curiosidade de dados. Quem faz diferença hoje é quem sabe formular perguntas, navegar relatórios, cruzar indicadores e sustentar uma decisão. A tendência é a transformação moderada e híbrida: a técnica faz a parte mecânica, as pessoas conduzem o que pede julgamento.
Automação não elimina trabalho, ela realoca energia. Menos digitação, mais diagnóstico. Menos reconciliação, mais estratégia. — Marcelo Velluto, Gestor de Tecnologia do Grupo EASE
Com processos bem desenhados e dados íntegros, o que muda não é apenas a produtividade; muda a qualidade das decisões que sustentam o dia a dia de um shopping center e fora dele.






