Na manhã de terça-feira (18), uma pane global derrubou serviços como X (antigo Twitter) e ChatGPT, além de plataformas que usam Cloudflare. A falha expôs a dependência mundial de grandes provedores privados de tecnologia. No Paraná, entretanto, os sistemas da Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná) permaneceram estáveis, o que reforça a importância do investimento público em tecnologia.
Apagão expõe riscos da dependência de grandes provedores
Milhões de usuários ao redor do mundo enfrentaram dificuldades para acessar plataformas digitais. A instabilidade foi quase simultânea, com relatos de falhas, lentidão e interrupções completas em vários países.
De acordo com comunicado da Cloudflare, a pane foi causada por um pico de tráfego incomum. A empresa detalhou que a interrupção foi provocada por um arquivo de configuração gerado para responder a potenciais ataques de segurança, ativando mecanismos que afetaram a disponibilidade global do sistema.
O episódio reforça a preocupação com a crescente dependência de grandes provedores de infraestrutura digital, onde falhas isoladas geram impactos em massa na comunicação e nas operações corporativas.
Serviços da Celepar se mantêm estáveis
Enquanto plataformas internacionais enfrentavam oscilações, os serviços tecnológicos da Celepar permaneceram totalmente operacionais, sem registros de queda ou lentidão.
O desempenho chamou a atenção de especialistas e reforçou a robustez do ecossistema digital público paranaense, responsável por sustentar sistemas essenciais de atendimento à população.
A estabilidade dos serviços públicos não pode depender de estruturas externas e privadas sob risco de pane global. O que vimos hoje foi mais um exemplo de que a infraestrutura tecnológica do Estado funciona e protege o cidadão, justamente porque é gerida com responsabilidade e compromisso público.
— Paulo Jordanesson Falcão de C. Marcos, advogado e representante do Comitê de Trabalhadores contra a Privatização da Celepar
Para ele, decisões sobre infraestrutura digital devem considerar continuidade e soberania tecnológica. “Quando serviços essenciais ficam vulneráveis a empresas estrangeiras, o risco deixa de ser apenas tecnológico — passa a ser social. O que funcionou nesta terça-feira foi o investimento público em tecnologia pública. E isso não pode ser ignorado”, completa.
Privatização em debate
Nos bastidores do setor de tecnologia pública, o episódio levanta um alerta sobre a insistência do Governo do Paraná em privatizar uma estrutura eficiente.
Para especialistas e trabalhadores do setor, a privatização de uma empresa que demonstra alto desempenho, segurança e resiliência tecnológica é um contrassenso.
O risco, segundo eles, é trocar um modelo sólido e público por dependência de operadores privados, movidos por interesses de mercado e não pela garantia de continuidade ao cidadão.






