A logística reversa se consolida como diferencial competitivo e ferramenta de sustentabilidade, conforme o mercado brasileiro de eletroeletrônicos volta a crescer. Em vez de ser apenas uma pauta ambiental, ela agora integra inovação, governança e novos modelos de negócio.
O que é logística reversa?
A logística reversa organiza o fluxo de retorno de produtos e materiais após o uso, permitindo reaproveitamento, reciclagem ou reindustrialização. Esse processo diminui a necessidade de extrair matérias-primas, recupera valor econômico e reduz impactos ambientais. Integrada à economia circular, tornou-se essencial nas estratégias empresariais.
Desafio brasileiro
O Brasil enfrenta um grande desafio: lidera a geração de resíduos eletroeletrônicos na América Latina, com cerca de 2,4 milhões de toneladas anuais, segundo o Global E-waste Monitor. No entanto, apenas uma pequena parte desses materiais recebe destinação ambientalmente adequada, resultando em perda de valor, desperdício de matérias-primas e impactos ambientais.
Para solucionar esse problema, é necessário criar soluções integradas que conectem mercado, regulação e sociedade em torno da economia circular. A participação do consumidor é crucial para o sucesso da logística reversa. Sem adesão nas etapas de separação e entrega, os sistemas perdem eficiência. Além disso, o setor privado deve incorporar o design para reciclagem e desenvolver modelos de negócio que incentivem o retorno e o reaproveitamento de produtos.
Além disso, as políticas públicas precisam estabelecer regras claras e garantir previsibilidade regulatória, criando um ambiente favorável a investimentos e à ampliação da infraestrutura necessária.
Benefícios da logística reversa
A logística reversa não é apenas uma exigência ambiental ou responsabilidade legal. Quando bem articulada, ela impulsiona a inovação, cria empregos e otimiza custos operacionais. Organizações que adotam práticas circulares elevam seu desempenho em ESG e se destacam em um cenário de negócios cada vez mais dinâmico e sustentável.
Transformar consumo em circularidade exige cooperação entre empresas, poder público e sociedade. A logística reversa é o elo que conecta esses atores e transforma propósito em prática. Sendo assim, investir nesse sistema é apostar na competitividade e em um futuro sustentável para o país.
A logística reversa deixou de ser apenas uma pauta de sustentabilidade e passou a ser um diferencial competitivo, integrando a agenda de inovação, governança e novos modelos de negócio.
— Robson Esteves, presidente da ABREE






