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A armadilha da produtividade: fazer mais nem sempre é crescer

A armadilha da produtividade: fazer mais nem sempre é crescer

Em um cenário onde a alta performance virou sinônimo de fazer mais em menos tempo, cresce a percepção de que a produtividade sem direção tem gerado mais esgotamento do que crescimento. A Atlassian, referência global em software de gestão e produtividade corporativa, revelou em sua pesquisa de 2025 que, embora 68% dos profissionais economizem mais de dez horas semanais com automação, 90% ainda perdem o mesmo tempo com ineficiências organizacionais e sobrecarga operacional.

A armadilha da produtividade excessiva

Robson V. Leite é estrategista e mentor especializado em estruturação e crescimento de negócios digitais. Fundador do programa Agência de Valor, já ajudou milhares de empreendedores e agências a saírem do ciclo da sobrecarga e adotarem modelos sustentáveis de crescimento com base em processos e gestão inteligente.

Segundo o especialista, a obsessão por produtividade tem se tornado uma armadilha silenciosa. Muitas empresas confundem estar ocupadas com estar crescendo, acumulando tarefas sem construir uma base sólida de operação. Robson explica que a produtividade verdadeira está em gerar valor com consistência, e não em expandir a agenda de tarefas.

O problema não é trabalhar demais, é trabalhar sem estratégia. Produzir mais pode significar apenas repetir os mesmos erros em escala maior — Robson V. Leite, estrategista e mentor.

Como evitar a ilusão de avanço

A produtividade sem propósito leva a uma ilusão de avanço. Empresas que priorizam volume em vez de impacto acabam presas em ciclos de urgência, com baixa previsibilidade e alto desgaste das equipes. Robson destaca que o primeiro passo para romper esse padrão é transformar o dono em líder, capaz de olhar para o negócio de fora da operação.

Crescimento sustentável exige tempo para pensar. E pensar é o que o empresário sobrecarregado menos faz — reforça o estrategista.

Para ele, a solução não está em fazer menos, mas em fazer com direção. Mapear processos, identificar gargalos e criar métricas que mensurem resultado, e não esforço, são práticas que separam negócios reativos de estruturas escaláveis. Além disso, cultivar uma cultura de autonomia e clareza entre os times ajuda a transformar produtividade em performance mensurável.

Equilíbrio entre execução e reflexão estratégica

Robson ainda ressalta que as empresas que mais crescem são aquelas que sabem equilibrar execução e reflexão estratégica.

A eficiência real acontece quando a equipe entende o que deve fazer e por que faz. Quando há clareza de propósito, o tempo vira investimento, não custo — conclui.

Em um mercado onde a velocidade dita o ritmo, a verdadeira vantagem competitiva está em saber desacelerar para ganhar direção. E é justamente essa mudança de mentalidade, da pressa para a precisão, que separa quem apenas trabalha muito de quem cresce de verdade.

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