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Aula como conversa: repensando o ensino na era digital

Aula como conversa: repensando o ensino na era digital

Em um mundo onde a tecnologia redefine o acesso ao conhecimento, o professor Sergio Felipe Moraes, educador negro e doutorando em Ensino de História pela UFRJ, convida a repensar o papel da sala de aula. Em seu livro “Aula como Conversa”, ele propõe um novo olhar sobre o ensino na era digital, onde o professor atua como mediador do pensamento crítico e produtor de saberes, e não apenas como transmissor de conteúdos.

A experiência como base para a discussão

Com 17 anos de experiência nas redes públicas do Rio de Janeiro e de Angra dos Reis, Moraes utiliza sua vivência para discutir temas urgentes. Entre eles, destacam-se a dependência cognitiva provocada pela tecnologia, a valorização dos educadores e o papel da representatividade no fortalecimento da escola pública.

A obra de Sergio Felipe Moraes aborda o papel do docente na formação de pensadores críticos. Neste sentido, o professor propõe uma abordagem pedagógica inovadora que valoriza a conversa como ferramenta de aprendizado. No ensaio acadêmico “Aula como Conversa: transformando o jeito de ensinar e de aprender”, ele defende a importância de transformar a sala de aula em um espaço de escuta e de descoberta, onde o estudante se torna protagonista ao ser incentivado a perguntar e a sair das fórmulas engessadas de questionamentos prontos.

Uma análise da cultura escolar

Com base em sua experiência, o educador analisa a cultura escolar que, muitas vezes, reduz o aluno a mero reprodutor de respostas. Em contrapartida, ele propõe uma pedagogia transformadora, em que a leitura, a escrita e o pensamento crítico se desenvolvem de forma integrada. Apoiado por referências teóricas como Michel Foucault, Ana Maria Monteiro, Lee Shulman, Clermont Gauthier e Gert Biesta, o autor defende que o professor pode ser produtor de saberes, e não apenas executor de métodos pedagógicos convencionais.

Enquanto tivermos alunos do ensino básico que passam grande parte do processo de escolarização respondendo a perguntas feitas por outros e escrevendo textos que não são da autoria deles, dificilmente conseguiremos dialogar com os desafios e as demandas do mundo contemporâneo.

— Sergio Felipe Moraes, em “Aula como Conversa: transformando o jeito de ensinar e de aprender”

O risco da dependência tecnológica

Em uma linguagem clara e com exemplos práticos, Sergio Felipe Moraes alerta para o risco da dependência cognitiva causada pelo uso excessivo das tecnologias digitais. Ao mesmo tempo, propõe caminhos para restaurar e potencializar o sentido da escola contemporânea, reafirmando o papel do professor como mediador do conhecimento e guardião do pensamento crítico. Afinal, é ele quem orienta a reflexão, contextualiza informações, promove o diálogo e estimula a capacidade dos alunos de elaborar os próprios pensamentos.

Além disso, a obra é um convite a todos os educadores para repensarem o sentido da aula, as metodologias de ensino e a avaliação da aprendizagem, transformando o ensino em um espaço significativo e democrático. “Este ensaio evita apontar erros ou culpabilizar à docência. Em vez disso, propõe um duplo movimento: desnaturalizar problemas oriundos da cultura escolar e, simultaneamente, produzir respostas aos problemas urgentes da atualidade”, ressalta o especialista.

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