Em meio aos debates sobre mudanças climáticas e desastres ambientais, o livro “Tavares Terra”, de Henrique Chagas, surge como um alerta sobre o impacto humano na natureza. A obra aborda a história da colonização paulista.
A saga da família Tavares Terra
Ao narrar a trajetória da família Tavares Terra e de José Theodoro de Souza, fundador de cidades no sertão paulista, o livro expõe as dinâmicas de poder e o avanço das grilagens, legitimadas pela Lei de Terras de 1850.
Resultado de anos de pesquisa documental e genealógica, a obra se destaca na literatura contemporânea. Chagas combina rigor técnico e sensibilidade poética ao narrar a diáspora mineira rumo ao Vale do Paranapanema, um movimento marcado por esperança, sangue e terra.
Um retrato do Brasil no século XIX
O público é convidado a compreender como as alianças familiares e os casamentos estratégicos moldaram o poder local e perpetuaram desigualdades. José Theodoro de Souza é retratado não apenas como fundador de cidades, mas como um símbolo de uma época em que fé, política e ambição se entrelaçavam.
As tensões entre posse e pertencimento, ética e sobrevivência, revelam um país em formação, marcado por contradições que ainda ecoam no presente. Além disso, a obra consegue apresentar o íntimo e o coletivo, transformando o levantamento genealógico em uma ferramenta crítica e política.
A visão do autor
Para Henrique Chagas, a publicação é uma epopeia brasileira:
Se gostamos de séries como Yellowstone, que narram a saga de uma família americana no domínio das terras do oeste, é porque reconhecemos ali algo nosso. Só que nós também tivemos nossa odisseia: a conquista do sertão paulista foi uma travessia cheia de dramas, alianças e feridas, tão complexa, ou até mais, do que a saga da família Dutton. É tempo de contarmos essa história com o nosso sotaque.
