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Endividamento desafia PMEs com Selic a 15%; veja como evitar

Endividamento desafia PMEs com Selic a 15%; veja como evitar

A persistência da taxa Selic em 15% ao ano desafia as pequenas empresas. O cenário econômico tem elevado o custo do crédito no país, pressionando o caixa das pequenas e médias empresas (PMEs). De acordo com dados do Sebrae e da Serasa Experian, o endividamento das micro e pequenas empresas cresceu 9,3% nos últimos 12 meses, atingindo cerca de 6,5 milhões de negócios com contas em atraso em 2025.

Planejamento financeiro como prioridade

Para Mayra Saitta, advogada e empresária, fundadora do Grupo Saitta e especialista em Direito Empresarial e Contabilidade, o momento exige disciplina financeira e planejamento estratégico. “Com juros nesse patamar, o crédito deixa de ser solução emergencial e passa a ser um risco. O empresário precisa olhar para o fluxo de caixa diariamente e rever o modelo de capital de giro para não comprometer a operação”, alerta.

Saitta ressalta que a renegociação de dívidas deve ser prioridade antes da inadimplência. “Negociar prazos e taxas com os bancos é essencial. Hoje, as instituições estão mais abertas a acordos diretos, especialmente quando há histórico de bom pagamento”, explica.

Dificuldade em manter capital de giro

Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) revela que 71% das PMEs brasileiras relatam dificuldade em manter capital de giro suficiente para as despesas mensais, principalmente nos setores de varejo e serviços. Em paralelo, dados do Banco Central mostram que a inadimplência média das empresas subiu para 5,4% no segundo semestre de 2025.

Gestão eficiente de recursos

O desafio, segundo Mayra, não está apenas na obtenção de crédito, mas na gestão eficiente dos recursos. “Planejamento tributário e financeiro são aliados diretos da sustentabilidade do negócio. Muitos empresários ainda não separam contas pessoais das empresariais, o que distorce o resultado real da empresa”, afirma.

Para enfrentar o cenário, ela recomenda algumas medidas práticas, como controle rigoroso do fluxo de caixa, corte de despesas não essenciais, busca por consultorias de gestão e análise constante dos indicadores financeiros. “A Selic alta força o empreendedor a ser mais estratégico. É o momento de investir em conhecimento e gestão, não em endividamento”, conclui Mayra Saitta.

A expectativa do mercado, segundo o boletim Focus do Banco Central, é de que a taxa de juros só comece a recuar de forma gradual a partir do segundo trimestre de 2026, mantendo o crédito caro e exigindo ainda mais cuidado das PMEs com suas finanças.

Com juros nesse patamar, o crédito deixa de ser solução emergencial e passa a ser um risco. O empresário precisa olhar para o fluxo de caixa diariamente e rever o modelo de capital de giro para não comprometer a operação.

— Mayra Saitta, advogada e empresária

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