A Inteligência Artificial (IA) híbrida surge como uma nova fronteira, onde a colaboração entre agentes e humanos se mostra essencial para construir soluções mais eficazes. À medida que empresas e organizações avançam na utilização dessa tecnologia, os benefícios e desafios se tornam mais evidentes.
O Humano no Centro da IA
Desde o lançamento do ChatGPT em novembro de 2022, o mercado tem investido na descoberta de novas aplicações para a IA, experimentando e produzindo diversas soluções. Nesse contexto, considerar o papel das pessoas em todo o ciclo de desenvolvimento tem gerado resultados positivos. Essa foi uma das principais mensagens do StartSe AI Festival de 2025, realizado em São Paulo.
Ricardo Alem, líder do programa de inovação digital para a América Latina na AWS, destacou que 2026 será o ano dos agentes, com foco na integração e automação de processos por meio da IA. André Palma, CEO da Zup, apresentou a IA Agêntica como a nova fronteira, impulsionando a automação inteligente. Ambas as visões convergem para a adoção de sistemas multiagentes, com a dinâmica híbrida entre humanos e IA como ponto central.
Agentes passam a ter papéis mais definidos e pessoas fazem parte do desenho da solução, criando times híbridos. A estratégia visa explorar o máximo potencial operacional da tecnologia, enquanto a confiabilidade e governança são distribuídas com as pessoas envolvidas.
A Experiência do Usuário e a IA
Além da inclusão dos humanos no ciclo de interação com a IA (human-in-the-loop), a abordagem human-centered design também ganhou destaque no festival. Essa estratégia envolve combinar inteligência humana com IA, priorizando segurança, assertividade e ética. A experiência do usuário também é um ponto crucial.
Cesar Gasparoti, Gerente de Operações na John Deere, enfatizou que não se trata apenas de acelerar a adoção da IA, mas de oferecer uma nova experiência ao cliente. Carlos Eduardo Mazzei, CTO no Banco Itaú, compartilhou a perspectiva de como o banco tem explorado multiagentes de IA com foco no cliente, utilizando tecnologia, dados e IA para construir produtos que atendam necessidades reais.
Experimentação e Aprendizado Contínuo
Para impulsionar a evolução na dinâmica entre humanos e IA, empresas e organizações devem promover a experimentação, criando espaços para aprender fazendo. Marcos Sirelli, CIO na Porto Seguro, apresentou a plataforma Genial, uma solução para simplificar a experimentação, uso interno e integração de serviços de IA generativa. Matheus Garcia, Head StartSe Consulting, reforçou a importância da experimentação contínua por meio do learning by doing e governance by design no processo de adoção e uso da IA.
Desafios e Perspectivas Futuras
Apesar da falta de discussões aprofundadas sobre dificuldades e riscos, o evento reforça uma tendência global de aproximar humanos do ciclo e projetos de IA, que começa a ganhar força no Brasil. A expectativa é que nos próximos anos se compreendam melhor os desafios dessa abordagem no contexto brasileiro, além de novas perspectivas para o futuro do trabalho híbrido em um mundo cada vez mais multiagente.






