O jogo do Tigrinho, conhecido como Fortune Tiger, tem marcado presença na música brasileira. Um levantamento exclusivo do Aposta Legal, em parceria com o Ecad, revela que mais de 100 canções lançadas nos últimos dois anos no Brasil mencionam o Tigrinho.
O Tigrinho invade os hits
A popularidade do Tigrinho se reflete em diversos ritmos musicais, como arrocha, funk e rap, que ecoam nas periferias e se transformam em sucessos nacionais e até internacionais. A faixa “Mãe Solteira”, de J Eskine, viralizou com o verso “Tigrinho já não dá prejuízo”. Além disso, “Oh Garota Eu Quero Você Só Pra Mim”, com Oruam, alcançou a lista do Spotify das 50 canções mais tocadas no mundo, com o trecho: “Vem com a bunda no dinheiro do Tigrin’”. Outro exemplo é “Let’s Go 4”, que atingiu 360 milhões de visualizações apenas no Spotify com o verso “Banca silicone só jogando no Tigrinho”.
Não citar o Tigrinho na hora de compor tornou-se, para os compositores, ignorar o que está nas ruas.
— Remyson Alexandre, autor de “Tigrinho Banca”
Apostas e a cultura popular
Se hoje o Tigrinho está em evidência, no passado outros 24 animais dividiam o protagonismo quando artistas como Zeca Pagodinho exploravam o “jogo do bicho”. Paralelamente, artistas como a Turma do Pagode citam a Mega-Sena no hit “Camisa 10”, evidenciando a presença das apostas na cultura popular brasileira.
O imaginário do enriquecimento rápido
Para o doutor em ciências sociais Umeru Bahia, a forte presença das apostas na cultura reflete o imaginário popular de enriquecer instantaneamente por meio de cassinos e loterias.
Quando vivemos em uma sociedade desigual, o trabalho rotineiro não é uma forma de enriquecimento, mas uma forma de permanecer na mesma situação socioeconômica, com poucas ou nulas possibilidades de evolução. Nesse cenário, as apostas se tornam, sobretudo, a única possibilidade de um cidadão comum sonhar em um dia usufruir desse luxo.
— Umeru Bahia, doutor em ciências sociais






