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Minha Casa Minha Vida: Números revelam futuro da habitação no Brasil

Minha Casa Minha Vida: Números revelam futuro da habitação no Brasil

Agosto representou um marco para a construção civil. O programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), financiado pelo FGTS, alcançou o maior volume de contratações da história. Este dado aponta para uma mudança estrutural no mercado imobiliário, sobretudo no segmento de habitação popular, como destaca Eduarda Tolentino, CEO da BRZ Empreendimentos.

Cenário favorável impulsiona o MCMV

Esse avanço decorre da combinação de fatores que criaram um ambiente propício ao crescimento. As políticas públicas foram otimizadas, com aumento nos limites de renda, redução nas taxas de juros e ajustes nas faixas de atendimento. Paralelamente, a confiança do consumidor aumentou, impulsionando o planejamento financeiro das famílias. A demanda reprimida, que antes enfrentava barreiras de acesso, finalmente encontrou espaço para se concretizar. E o mercado respondeu.

Do ponto de vista empreendedor, este novo cenário demandou uma reformulação do nosso portfólio. Em vez de olharmos para o passado, começamos a projetar os empreendimentos com base nas novas possibilidades. Isso implicou repensar a localização, o padrão construtivo, a faixa de preço e a velocidade de execução.

O objetivo era claro: oferecer um produto que estivesse em sintonia com o momento do país, sem comprometer a sustentabilidade financeira e a reputação da empresa.

Desafios e oportunidades no mercado atual

Atualmente, o foco das construtoras está em empreendimentos que aliam valor acessível, velocidade de venda e manutenção da margem. Essa equação, aparentemente simples, representa um dos maiores desafios da construção civil em períodos de expansão. Ela só se torna viável quando a operação está bem organizada, os dados são corretamente interpretados e as decisões são tomadas com agilidade.

Transição no financiamento habitacional da classe média

Enquanto o MCMV vive seu melhor momento, o financiamento habitacional para a classe média passa por uma transição importante. O antigo modelo MAP deu lugar ao Poupança+, que traz novas regras, novas possibilidades e um impacto direto sobre o comportamento do consumidor. A proposta oferece maior flexibilidade, taxas potencialmente mais competitivas e abre espaço para novos perfis de compradores.

No entanto, qualquer mudança no crédito exige preparação. Para as construtoras que atuam nesse segmento, isso significa revisar produtos, ajustar processos internos, reavaliar a jornada de compra e adaptar as estratégias comerciais. A resposta precisa ser rápida e consistente. Quem conseguir assimilar o novo modelo com agilidade terá vantagem, enquanto quem demorar pode perder relevância.

Estratégias para atuar nos dois segmentos

Atuar com força tanto no segmento popular quanto no de classe média requer equilíbrio. Afinal, as dinâmicas, o público, os prazos e os desafios são distintos. Por isso, sempre considerei essa atuação dupla como um jogo com regras diferentes. É preciso saber onde se está pisando, entender as expectativas de cada tipo de comprador e estruturar a empresa para lidar com as frentes de forma simultânea.

Atualmente, nossa equipe tem trabalhado com dois pilares principais para manter a competitividade em ambos os terrenos. O primeiro é a flexibilidade operacional, que inclui custos controlados, prazos bem definidos, estrutura e foco em produtividade. O segundo é o relacionamento com o cliente, compreendendo o comportamento de compra, oferecendo um atendimento personalizado e adaptando-se às necessidades de cada perfil.

A experiência de compra começa no primeiro contato, não na assinatura do contrato. E isso vale para todos os públicos.

Projeções para o futuro do setor habitacional

As projeções para 2026 são otimistas, mas o trabalho para chegar lá precisa começar agora. A continuidade da política habitacional, a manutenção do crédito subsidiado e a expansão das novas faixas do MCMV devem sustentar o ritmo de lançamentos no segmento popular. A demanda continua alta e a necessidade por moradia segue latente, tornando-se um campo fértil para empresas comprometidas com entrega e agilidade.

Além disso, o segmento de classe média deve voltar a crescer à medida que o Poupança+ se consolida. Se os bancos mantiverem o apetite por crédito imobiliário e o cenário macroeconômico colaborar, teremos um mercado ativo em ambas as pontas. Isso exige das construtoras visão de longo prazo e decisões baseadas em dados, não em intuição.

Diante desse panorama, reforço a ideia de que construir moradias vai além de erguer prédios. Envolve acesso, pertencimento e impacto social. O que está em jogo não é apenas o número de unidades lançadas, mas a transformação que essas unidades proporcionam.

Ou seja: cada projeto é um passo concreto na direção de um país mais justo, mais habitável e mais humano.

O que está em jogo não é só o número de unidades lançadas, mas a transformação que essas unidades proporcionam.

— Eduarda Tolentino, CEO da BRZ Empreendimentos

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