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Tecnologia transforma gestão de risco em cultura de segurança

Tecnologia transforma gestão de risco em cultura de segurança

Nos últimos anos, o setor de transporte rodoviário tem investido cada vez mais em tecnologia. Sistemas de telemetria, câmeras com inteligência artificial e sensores de fadiga são itens comuns nas frotas modernas. No entanto, mesmo com todo esse aparato, os números de acidentes continuam altos, e seu custo humano e financeiro não para de crescer. A conclusão é que o problema do setor não é técnico, mas cultural.

Cultura de risco versus cultura de segurança

Os dados confirmam essa urgência. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), um único acidente com fatalidade em rodovia custa, em média, R$ 375 mil. Essa cifra considera custos médicos e hospitalares, perda de produtividade e o custo da dor e do sofrimento.

O problema é que grande parte do Brasil ainda opera sob uma cultura de risco: reativa, punitiva e focada em identificar o culpado após a falha. O ideal, portanto, é construir uma cultura de segurança: preventiva, colaborativa e que promove o aprendizado contínuo e o bem-estar dos motoristas. A tecnologia deve ser a grande aliada nessa transformação, não como ferramenta de vigilância, mas como instrumento de cuidado.

O papel da inteligência de dados

Quando uma câmera flagra um motorista com sono, a reação imediata não deve ser a punição, mas a investigação: quais as causas por trás daquilo? Fadiga, jornada excessiva, falta de apoio? É aqui que a inteligência de dados se torna importante. Ao cruzar informações quantitativas (telemetria) com as qualitativas (vídeo), é possível identificar padrões de risco e transformar dados brutos em prevenção.

Liderança e engajamento

Contudo, nenhuma tecnologia substitui o fator humano na liderança. O gestor que apenas cobra resultados e aponta erros estimula o medo. Já o líder que ouve, desenvolve e treina sua equipe constrói segurança. Reconhecimento, diálogo e capacitação são atitudes que geram engajamento e, como consequência, reduzem acidentes.

O resultado transcende a ética: segurança é sinônimo de performance. Empresas que cuidam de suas pessoas colhem mais eficiência, produtividade e uma reputação sólida.

A transição da gestão de risco para uma cultura de segurança consolidada é um caminho sem volta. Aqueles que compreenderem e agirem primeiro não estarão apenas se modernizando, mas liderando o futuro do setor. Porque, no fim das contas, prevenir não é custo. É inteligência, é estratégia, é o único futuro sustentável.

— Danilo Oliveira, gerente de experiência do cliente da Platform Science na América Latina

Danilo Oliveira é gerente de experiência do cliente da Platform Science na América Latina.

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