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Acordo Mercosul-UE: Embaixador vê apoio italiano e avanço

Acordo Mercosul-UE: Embaixador vê apoio italiano e avanço

O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, avalia que o acordo Mercosul–União Europeia deve avançar no Conselho Europeu. Além disso, ele afirmou que a relação econômica entre Brasil e Itália sustenta o ambiente político necessário para a aprovação do tratado. Ele descartou resistências formais por parte do governo italiano e disse que as preocupações expressas pelo setor agrícola têm caráter interno e não comprometem o posicionamento oficial.

Relação Brasil-Itália

“A relação entre o Brasil e a Itália do ponto de vista econômico comercial é muito intensa. São muitos interesses que o setor industrial e o setor de serviços têm no Brasil e no Mercosul”, disse Mosca. O embaixador complementa que há “mais de mil empresas italianas instaladas no Brasil”. Segundo ele, “sempre, nesses dois anos em que estou à frente da embaixada, escuto das autoridades italianas o apoio ao acordo”.

Ele explicou que, com a retomada das negociações em meados de 2023, o setor agrícola italiano passou a “vocalizar certas preocupações em relação ao acordo”, ligadas à competitividade agrícola do Mercosul. No entanto, afirmou que essas manifestações são “preocupações internas”, que “precisam ser compreendidas” para assegurar benefícios mútuos, e não representam oposição ao tratado.

“Eu não vejo nenhuma dificuldade na aprovação, o governo aqui é muito claro no apoio que dará no Conselho Europeu”

— Renato Mosca, Embaixador do Brasil na Itália

Próximos Passos para o Acordo Mercosul-UE

Mosca disse ver “com muita tranquilidade e muito otimismo” o andamento das etapas seguintes. Ele ainda indicou que, após a aprovação no Conselho Europeu, haverá “um caminho pavimentado” para o Parlamento Europeu. Ele também citou a viagem da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao Brasil em 20 de dezembro como momento planejado para a assinatura do acordo.

O embaixador ressaltou que o tratado tem três pilares — “político, de cooperação e de comércio” — e classificou o intercâmbio econômico atual como “modesto”, apesar do histórico consolidado entre os países. Segundo ele, o comércio bilateral de cerca de 10 bilhões ainda opera abaixo do potencial, embora tenha registrado crescimento de 10% em 2024 e novamente em 2025.

“O acordo será um horizonte que se abre com a redução progressiva das tarifas. Mais comércio significa mais riqueza, mais emprego, mais desenvolvimento”

— Renato Mosca, Embaixador do Brasil na Itália

Cooperação Jurídica e COP30

Mosca também comentou a cooperação jurídica entre Brasil e Itália, afirmando que o tratado de extradição é claro em suas previsões e que os dois países têm atuado em “círculo virtuoso” na área criminal. Ele mencionou que casos envolvendo cidadãos brasileiros seguem o rito previsto para extradição para “instituição do processo”, ressaltando que decisões passam pelas Cortes italianas e, em última instância, pelo Ministério da Justiça.

Ao comentar a COP30, o embaixador afirmou que a preparação do evento resultou de “uma parceria de mais de ano” e destacou a participação italiana em pavilhões e debates. Ele disse que não houve dificuldades na cooperação bilateral sobre clima, classificando a postura italiana como convergente em relação às preocupações ambientais.

Mosca concluiu que o ritmo processual no tema de extradições segue padrões italianos e disse esperar uma decisão “em mais uns meses”, explicando que a defesa e os recursos podem estender prazos, como previsto na legislação europeia.

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