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IA e robotaxis: desafios e futuro no Brasil

IA e robotaxis: desafios e futuro no Brasil

A adoção de robotaxis, ou táxis-robôs, está crescendo na América do Norte, Europa e Ásia. A Waymo expande sua frota nos Estados Unidos, enquanto a Tesla planeja utilizar o modelo Y para transporte de passageiros no Texas e lançará o Cybercab, veículo focado no transporte de passageiros, em 2026. No mesmo ano, a Uber Technologies, em parceria com a Beijing Momenta Technology, pretende implantar táxis-robôs em sua plataforma globalmente, começando pela Europa.

A inteligência artificial como base dos robotaxis

A disseminação dos veículos sem condutores foi impulsionada pelo desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA). Esta tecnologia analisa e processa informações de sensores como lidar (light detection and ranging), radares, câmeras e receptores de áudio, que funcionam como os sentidos de um motorista humano. A Waymo, pioneira nos táxis-robôs, utiliza esses dados para uma navegação que identifica outros veículos, ciclistas, pedestres, semáforos e sinais de trânsito.

A IA consegue lidar com a complexidade do trânsito urbano, incluindo comportamentos inesperados de outros motoristas e pedestres, a presença de animais na via e variações climáticas, como diferentes volumes de chuva. Além disso, a tecnologia avalia a forma mais segura de realizar conversões em cruzamentos movimentados e o momento ideal para mudar de faixa. Caso uma ação não seja segura, a rota é automaticamente recalculada.

Compartilhamento de informações e aprendizado contínuo

Outro benefício da IA é a capacidade de cada veículo compartilhar informações coletadas durante as viagens com o restante da frota. O conhecimento sobre o comportamento de motoristas e pedestres, adquirido pela IA de um veículo, é compartilhado com os demais quando há conexão de internet disponível. Dessa forma, todos os veículos aprendem constantemente e conseguem, por exemplo, identificar novas obras em vias e desvios necessários.

Segurança em primeiro lugar

Antes de transportar passageiros, os veículos da Waymo percorreram mais de 40 milhões de quilômetros em testes, em vias previamente mapeadas. A segurança no transporte é o foco principal no desenvolvimento dos sistemas e da IA. Uma pesquisa da seguradora Swiss Re aponta que os veículos autônomos da empresa são mais seguros do que os conduzidos por humanos, com 92% menos reivindicações de responsabilidade civil em casos de acidentes.

É importante ressaltar que, além de toda a tecnologia disponível no veículo, o foco não foi a velocidade no transporte, mas a segurança de passageiros, condutores humanos e pedestres.

Regulamentação no Brasil

No Brasil, o Projeto de Lei (PL) 1.317 de 2023, que altera o Código de Trânsito Brasileiro, e o PL 3.641 de 2023, que estabelece diretrizes para a circulação, operação e uso de veículos autônomos no país, destacam a importância de testes para avaliar o funcionamento dos sistemas na realidade brasileira. Em caso de acidentes, os testes devem ser suspensos e um cadastro nacional de acidentes com veículos autônomos deve ser criado, seguindo ações similares nos EUA.

Implantação gradual e segura

O Brasil pode adotar os robotaxis em um ritmo mais lento do que outros mercados. No entanto, mais importante do que a velocidade é a atenção de empresas e reguladores para garantir que a implantação da tecnologia promova benefícios de mobilidade de forma segura para a população. É fundamental que a IA, além de conhecer as vias e leis, utilize a análise do comportamento de motoristas e pedestres para definir as rotas e ações mais seguras no trânsito.

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