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Biotecnosfera: livro propõe futuro em laboratório vivo com IA

Biotecnosfera: livro propõe futuro em laboratório vivo com IA

Em “Biotecnosfera: uma experiência de sociedade”, o escritor Lucas Araujo convida o leitor a um laboratório vivo do futuro. A obra transforma a leitura em um jogo metanarrativo, onde o leitor se torna peça essencial da trama.

Uma experiência literária inovadora

A obra nasce do diálogo contínuo com inteligências artificiais e propõe uma experiência literária que ultrapassa a ficção especulativa tradicional. O autor constrói um experimento vivo: uma história que se dobra sobre si mesma, questiona suas próprias regras e convida o leitor a repensar as formas de escrita no século XXI.

Após o colapso mundial, as antigas estruturas sociais ruíram, e sete conselheiros se reúnem para reinventar a vida na Terra. Resultado da interação diária com inteligências artificiais, Lucas Araujo, empresário contábil e escritor, constrói uma visão diferente do mundo na ficção autoral “Biotecnosfera: uma experiência de sociedade”.

Os pilares da nova sociedade

A narrativa acompanha Noah, um homem inquieto, ferido e lúcido, convocado a integrar o conselho responsável pela construção de uma nova sociedade. Diante dessa missão, ele se confronta com um dilema existencial: é possível criar sem antes encarar as próprias ruínas? Os escolhidos debatem seis pilares: Governança, Economia, Clima, Saúde, Segurança e Educação, transformando o espaço em território de confronto ideológico e transformação coletiva.

A cúpula discute visões da próxima era e o espaço transforma-se em arena filosófica. Araujo constrói um laboratório vivo de futuro onde economia regenerativa, educação simbiótica e uma Carta Algorítmica Comum (governança ética de IA) funcionam não como artifícios futuristas, mas como expressões orgânicas de um modo de existir que busca alinhar a coexistência de humanos, tecnologia e natureza.

Não há trono aqui, Noah. Há uma teia, e nós somos os nós críticos. Se um nó falha, a teia sente. A minha indestituibilidade, como você a vê, não é carta branca para o arbítrio. É a condição para que o sistema funcione com a velocidade e a coerência que a emergência planetária exige. (…) Nossa destituição não é decidida nas urnas, mas na própria fibra do bioma.

— Biotecnosfera, p. 150

O papel do leitor e os debates contemporâneos

O leitor tem uma função na história, se deixar envolver por essa assembleia visionária, que traz reflexões sobre como a sociedade vive e passará a viver, até descobrir um grande plot twist. O livro funciona como uma ficção metanarrativa e ao final entende-se que a obra em si é a forma como ela é estruturada. Debates contemporâneos sobre colapso climático, governança política, saúde mental e pertencimento, são ferramentas do autor para oferecer uma experiência literária que dialoga com questões urgentes e reais.

Além disso, “Biotecnosfera” é mais que ficção especulativa. É meditação, ensaio, rito. Um convite a transformar o olhar, sentir a respiração do planeta, reconhecer a beleza e a ferida que constituem a sociedade. Um lembrete de que a regeneração não é uma escolha, mas uma necessidade, profunda e coletiva.

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