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Inadimplência recorde: factoring e securitizadoras reforçam controle

Inadimplência recorde: factoring e securitizadoras reforçam controle

Com a taxa Selic mantida em 15% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e o recorde histórico de 8 milhões de empresas inadimplentes no país, o mercado de factoring e securitização enfrenta desafios. Esse cenário, impulsionado pela desaceleração da economia e pressão sobre o caixa das pequenas e médias empresas, tem levado o setor a adotar estratégias mais sofisticadas de análise de crédito, garantias jurídicas e negociação de dívidas.

Cenário de Inadimplência e Ações do Setor

A Associação Nacional de Fomento Comercial (Anfac) confirma o aumento do risco de crédito e indica que as operações de fomento mercantil cresceram em volume, embora com margens menores. Nesse contexto, as empresas priorizam clientes com garantias reais e monitoramento contínuo da performance financeira.

Para a advogada Patricia Maia, sócia do Barbosa Maia Advogados, o desafio é equilibrar segurança e competitividade.

As factorings e securitizadoras vivem um momento de revisão profunda. Elas precisam combinar tecnologia e estratégias jurídicas para reduzir perdas. A recuperação de crédito deixou de ser apenas cobrança: hoje envolve análise de perfil, revisão contratual e execução eficiente das garantias.

— Patricia Maia, sócia do Barbosa Maia Advogados

Tecnologia e Inteligência de Dados na Recuperação de Crédito

O uso de ferramentas de inteligência de dados e scoring comportamental tornou-se prática comum. Levantamentos do Banco Central e da Serasa Experian apontam um crescimento de mais de 25% no uso de automação e big data em processos de concessão e cobrança entre instituições não bancárias nos últimos dois anos. Essas soluções auxiliam na identificação de devedores reincidentes e na antecipação de sinais de inadimplência.

Garantias e Instrumentos Extrajudiciais

Segundo Patricia Maia, as garantias fiduciárias e os instrumentos extrajudiciais, como protesto eletrônico e execução de recebíveis, têm ganhado espaço devido à sua agilidade.

A demora processual ainda é um gargalo, mas o avanço de mecanismos digitais e a integração de dados entre cartórios, bancos e tribunais vêm tornando a recuperação mais efetiva. A empresa que se prepara juridicamente desde a originação da operação tem menos chance de perda total.

— Patricia Maia, sócia do Barbosa Maia Advogados

A importância da educação financeira

Além da tecnologia e do respaldo jurídico, educar o cliente tornou-se parte das políticas de mitigação de risco. Programas internos de orientação financeira, renegociação preventiva e simulações de fluxo de caixa são práticas que vêm se disseminando entre as companhias do setor.

O horizonte, segundo analistas, é de cautela e profissionalização. A combinação de juros altos, retração do consumo e crédito mais seletivo tende a manter a inadimplência em patamar elevado nos próximos trimestres.

Esse momento é de maturidade para o mercado de recebíveis. As empresas que entenderem que gestão de risco é parte do negócio, e não um obstáculo a ele, sairão fortalecidas dessa fase.

— Patricia Maia, sócia do Barbosa Maia Advogados

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